Quinta-feira, 8 de dezembro de 1910

 

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Por Redação
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ITALIA

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O discurso Pantano estre estropiado - O illustre chefe radi8cal não sustentou o decreto Prinetti, antes reconheceu as boas condições do Brasil- Como a "Havas" explica a grande mystificação da sua primeira noticia- Histórico do decreto Prinetti- Nunca foi prohibida a emigração para o Brasil

ROMA, 7 (H.)- Telegrammas enviados do Rio de Janeiro dizem que cousou má impressão no Brasil o discurso pronunciado pelo sr. Eduardo Pantano, deputado radical por Giarre, na camara, sobre a emigração para o Brasil.

A primeira noticia relativa ao discursos do sr. Pantano foi por nós transmittida segundo o resumo de vários jornaes.

O próprio sr. Pantano, protestando contra a falsa interpretação do seu discurso, diz agora que esse resumo era inexacto e declara que o que  disse na Camara foi que o decreto Prinetti se fizera necessário na occasião em que foi promulgado, mas que as condições econômicas e hygienicas do Brasil melhoraram consideravelmente daquella época para cá.

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Accrescentou o sr. Pantano que o governo italiano devia ter acompanhado esse movimento  e abandonado a sua acção negativa ou de prohibição, em relação á emigração para o Brasil.

O decreto Prinetti nunca prohibiu a corrente emigratória para o Brasil. E' inútil e inoportuno dscutir agora a revogação do decreto Prinetti, mas é necessário dirigir o movimebto emigratório sobre bases novas e seguras, conhecidas como são hoje as novas condições de vida no Brasil.(...)

Uma lei geral de 1901 prohibia a saída de emigrantes com passagens pagas por governos estrangeiros ou associações colonizadoras, deixando, porém, ao governo italiano a faculdade de abrir excepções em favor de duas companhias de navegação. Foram então, abertas essas excepções para os emigrantes com passgens pagas para o Brasil.

 O ministro Prinetti retirou esta concessão com seu decreto de 26 de março de 1902, desapparecendo assim a excepção de que gozava o Brasil.

E' porém, inexacto dizer-se que o Brasil ficou desde então menos favorecido do que outros paizes; ficou apenas na mesma situação que outrros paizes de emigração, porque a prohibição, para a partida de emigrantes com passagens pagas, é geral, não se entendendo somente com os emigrantes que se destinam ao Brasil. (pág.2)

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 Foto: Estadão

COISAS DA SCIENCIA

População de Nova York

*Nova York tem actualmente uma população maior do que a de muitos paizes.

A Austrália, por exemplo, contava em 1908 , 4.275.360 habitantes, fora os aborígenes. A Irlanda tinha, no anno passado 4.374.158 habitantes e a Bulgaria 4.158.409.

Nova York duplicou a população em 20 annos. Hoje ella possue 4.766.883 habitantes.

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 A municipalidade da grande cidade americana deve ter uma grande satisfacção vendo a cidade crescer apenas para cima, já que não se pode extender para os lados. Desta forma ella terá sempre o mesmo numero de ruas para calçar e zelar, ao passo que os impostos devem se elevar na mesma proporção dos prédios.

S.Paulo apresenta um phenomeno opposto. Cresce, é verdade, em população, mas  estende desmesuradamente a sua órbita  por novas casa e novas ruas.

Relembramos a celebre comparação da gotta de óleo no papel borrão para significar o desenvolvimento de S.Paulo.ESCULAPIO.(pág.3)

JORNAES DO RIO

A Imprensa- A secção "Notas á margem" retraça com linhas incisivas a situação da camara.  A camara está, em uma palavra, empenhada em tudo fazer para dotar o paiz com a ditadura financeira. Não quer votar coisa nenhuma: nem orçamento, nem créditos, nem Caixa de Convenção, nada.

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"Nega ao sr. marechal Hermes todos os meios legaes e constitucionaes de governo. Que há de fazer o marechal? Renunciar? Mandar chamar o sr. Barbosa Lima ou o sr. Irineu Machado e entregar-lhe o poder? Reconhecer-se vencido e ir para casa? Não terá o direito de fazer nada disso: fará como se a camara não existisse e, pois, que lhe não dão elle tomará por suas próprias mãos  os meios de governo. Será a ditadura? Que se lhe há de fazer? Se não fizer a ditadura, far-se-á a anarchia. E, francamente, antes ser governado por um homem honrado e bom, que cair na desordem, em que ninguém tem nada garantido" (...)

ANNUNCIO

 

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