Dentre as 364 variantes de línguas autóctones catalogadas no México, cerca de uma centena é falada por menos de mil indígenas e pode ser considerada vulnerável ao desaparecimento, segundo alertaram especialistas locais. Escritores, pesquisadores e estudiosos culturais pediram ao governo do México que defenda, diante da Unesco, a declaração dos idiomas originários do país como Patrimônio Cultural da Humanidade. Fizeram a proposta o arqueólogo Eduardo Matos Moctezuma; o historiador Miguel León-Portilla; dezenas de escritores em línguas indígenas, representados pelo pintor Francisco de La Cruz; e Fernando Nava, diretor do Instituto Nacional de Línguas Indígenas. A preservação das línguas como peças de museu, a decomposição social e a discriminação, mesmo entre seus próprios falantes, são alguns dos fatores que aceleraram o desaparecimento das línguas maternas entre os grupos autóctones mexicanos, apesar de o México ser o país com maior número de falantes de língua originais no continente americano. "Atualmente, existe um panorama muito difícil para várias das línguas indígenas no México", estimou Fernando Nava. Em janeiro passado, o Diário Oficial do México publicou o Catálogo das Línguas Indígenas Nacionais, no qual são reconhecidas 364 variantes, derivadas de 11 famílias lingüísticas presentes no país.