PREPARANDO ENTRADA
Há ainda outras chinesas de olho no mercado brasileiro, como a Xiaomi, terceira maior fabricante de smartphones do mundo. A empresa abriu este ano escritório em São Paulo, porém, até agora não teve modelos homologados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A chinesa contratou no ano passado o brasileiro Hugo Barra, ex-vice presidente da divisão Android do Google, para liderar sua expansão global.
"Um provável motivo para essa demora (da chegada da Xiaomi ao Brasil) é o fato de que precisam fechar parceria com varejistas para entrar no país", disse Sakis, do IDC, lembrando que o varejo já ultrapassou as operadoras de telefonia como principal canal de venda de smartphones no mercado brasileiro. Procurada, a Xiaomi não respondeu a pedidos de entrevista.
Outra chinesa que em breve poderá entrar na América Latina é a Oppo Electronics, segundo Nguyen, da Gartner. A empresa chegou ao mercado de smartphones em 2008 e em 2012 anunciou o que então foi considerado o telefone mais fino do mundo. Procurada, a companhia disse que, no momento, não há planos de entrar no Brasil.
MERCADO
Segundo números do terceiro trimestre da Gartner, a sul-coreana Samsung Electronics tem 42,3 por cento do mercado brasileiro de smartphones, frente a 22,1 por cento da também coreana LG Electronics, 7 por cento da Nokia e 4,9 por cento da Apple.
Entre as chinesas, a Huawei está com 3,6 por cento, TCL Communication (que atua com a marca Alcatel) tem 0,8 por cento, mesma porcentagem da ZTE Corporation, segundo a Gartner.
No mundo, de acordo com dados da IDC citados pela consultoria brasileira Teleco, a Samsung lidera com 23,8 por cento, seguida pela Apple, com 12 por cento no terceiro trimestre. A Xiaomi aparece em terceiro, com 5,3 por cento. A Huawei não informou os números do terceiro trimestre, e a Lenovo aparece com 5,2 por cento.
"As chinesas estão ganhando mercado no mundo", disse Nguyen, da Gartner. "A razão disso é que na América Latina, em países como Brasil e México, muitos consumidores estão migrando para smartphones. E as marcas chinesas são mais baratas", declarou.
"O Brasil é mais forte para os chineses, porque smartphones no país tendem a ser mais caros do que em outros países como Colômbia, por exemplo", disse o especialista.
(Com reportagem adicional de Marcela Ayres, edição Alberto Alerigi Jr.)