Centro para reabilitar agressor não sai do papel

PUBLICIDADE

Por Fabiane Leite
1 min de leitura

Pesquisa inédita da Universidade Federal de Pernambuco e da Federal de Santa Catarina alerta para a carência no País de serviços para reabilitação e educação de homens que agridem mulheres, apesar de unidades com esse perfil estarem previstas na Lei Maria da Penha, que em 2006 considerou crime todas as formas de violência contra a mulher e instituiu uma rede de unidades de assistência. Segundo o estudo, que abrange capitais e também outros países da América Latina, as iniciativas são restritas a trabalhos isolados de organizações não-governamentais (ONGs) e ainda não configuram uma política pública. Além disso, dados da primeira etapa da pesquisa indicam diferentes entendimentos por parte de profissionais do setor sobre como deverão funcionar os centros. ?Não há experiências ainda com viés governamental. Os profissionais desconhecem que, na lei, é prevista a atenção aos homens, até porque talvez o texto não seja muito claro?, afirma Benedito Medrado-Dantas, coordenador do estudo. ?A lei é o dispositivo jurídico, mas não é o suficiente. Não é só com punição que se resolve o problema da violência?, completa. Segundo ele, ações desenvolvidas isoladamente têm mostrado bons resultados. A lei prevê, em seu artigo 35, a criação de unidades de reabilitação e educação para agressores. Para Medrado, são necessárias discussões para saber como os centros deverão funcionar. O trabalho deverá ser finalizado até novembro e conta com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Campanha Laço Branco, uma cooperação entre ONGs brasileiras e canadenses que defendem o engajamento dos homens no enfrentamento da violência contra a mulher. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.