China admite protesto de monges tibetanos

Porta-voz do Ministério do Exterior disse que situação foi 'estabilizada'.

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Por Da BBC Brasil
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As autoridades na China admitiram que monges budistas realizaram protestos em Lhasa, no Tibete, nesta semana. Qin Gang, um porta-voz do Ministério do Exterior chinês, disse que alguns monges causaram tumulto, mas a situação foi "estabilizada". Ativistas a favor da independência do Tibete afirmaram que centenas de monges fizeram uma manifestação na terça-feira e quarta-feira em Lhasa, e a polícia teria usado gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. Dezenas de monges teriam sido presos. O porta-voz Qin Gang afirmou que os protestos dos partidários do líder espiritual tibetano, Dalai Lama, não terão sucesso. "Há 49 anos as reformas democráticas começaram no Tibete. Mais de um milhão de servos foram libertados. Desde então ocorreram grandes mudanças. Proteger a união do país, a solidariedade das nacionalidades e a harmonia da sociedade é a vontade comum de todas as nacionalidades no Tibete", afirmou. "O plano da facção do Dalai (Lama) está destinado ao fracasso. Nenhuma força vai parar o progresso e o desenvolvimento do Tibete", acrescentou. Repressão policial De acordo com o correspondente da BBC em Pequim James Reynolds, ainda é muito difícil confirmar os eventos dos últimos dias em Lhasa devido à censura na China. Reynolds relata que os tibetanos que falaram com a BBC afirmaram que um protesto foi realizado na segunda-feira, para marcar o aniversário da revolta tibetana de 1959, contra o governo chinês. Segundo informações, centenas de monges de dois monastérios, Deprung e Sera, participaram. Eles foram parados pela polícia e vários teriam sido presos. Então, na terça-feira, uma segunda manifestação teria ocorrido, exigindo a libertação dos monges presos. As forças de segurança chinesas teriam usado gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. Sem fotos Até o momento não foram divulgadas fotos dos protestos, mas um grupo ativista, o Free Tibet, divulgou fotos que mostram grandes grupos das forças de segurança chinesas nas ruas de Lhasa. O Tibete, localizado no sudoeste da China, próximo à fronteira com Nepal, Butão e Índia, era um Estado religioso independente até o final da década de 50, quando as forças de Mao Tsé-Tung invadiram e anexaram a região à China. O então líder local, o jovem Dalai Lama, teve de fugir para a Índia e até hoje vive no exílio, de onde luta pelo reconhecimento da independência do território. A população tem simpatia pelo Dalai Lama, mas é difícil precisar o tamanho e a seriedade do movimento separatista, pois mobilizações populares não são reportadas pela imprensa e o governo censura sites que façam menção a um Tibete independente. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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