China diz que 660 manifestantes pró-Tibete se entregaram

Rendições teriam aumentado depois de ameaças; jornalistas estrangeiros são autorizados a visitar a província

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Por Marina Wentzel
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A China anunciou nesta quarta-feira, 26, que o número de manifestantes pró-Tibete que se renderam às autoridades subiu para mais de 660. Os envolvidos nos protestos pró-independência tibetana se entregaram em resposta a um apelo do governo, que ameaçou infligir maiores punições àqueles que resistissem. Veja também:Pequim anuncia ''aulas patrióticas'' no Tibete Entenda os protestos no Tibete De acordo com a agência de notícias do governo chinês, Xinhua, até o momento 280 pessoas se renderam na região autônoma do Tibete, palco dos principais confrontos entre forças do governo e seguidores do dalai-lama. Pelo menos outros 381 manifestantes também já haviam se entregado na província de Sichuan, antes da erupção dos novos distúrbios registrados na segunda-feira, informou o jornal China Daily. A imprensa estatal diz que a situação no Tibete está retornando ao normal, e que muito em breve jornalistas poderão visitar a área. Na terça-feira, o governo anunciou que vai organizar uma viagem oficial para que cerca de doze correspondentes estrangeiros visitem o Tibete e "conheçam a verdade" ainda nesta semana. O anúncio foi feito em entrevista coletiva de imprensa do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Qin Gang, em Pequim. Vergonhoso Na coletiva, Qin Gang também aproveitou para criticar os protestos que mancharam a cerimônia de acendimento da tocha Olímpica, na Grécia, há dois dias. "Qualquer ato que perturbe a trajetória da tocha é vergonhoso e impopular", disse Qin Gang. Na cerimônia, ativistas da organização Repórteres Sem Fronteiras invadiram a tribuna e levantaram uma bandeira que mostrava algemas no lugar de argolas olímpicas, durante o discurso do presidente do Comitê Olímpico Chinês, Liu Qi. De maneira geral, a imprensa chinesa ignorou o incidente. Nenhuma foto ou texto sobre o protesto foi publicado na imprensa oficial. Qin enfatizou que as autoridades de cada país por onde a tocha for passar precisam se empenhar para que esse tipo de incidente não se repita. Os países "têm a obrigação de assegurar um percurso sem problemas", disse Qin. A RSF reafirmou que vai continuar protestando e tem intenções de seguir a tocha Olímpica ao longo do trajeto até Pequim. Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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