Seis pessoas foram presas na manhã deste sábado em uma clínica no centro de Curitiba (PR) suspeitas de envolvimento em crimes de aborto e exploração sexual, sendo um deles o médico dono da clínica. A operação foi comandada pelo Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Curitiba em cumprimento a mandado judicial que investigava a clínica há dois meses.Segundo o Gaeco, há indícios de que o consultório era mantido pelo médico obstetra e ginecologista há pelo menos uma década, tendo sido utilizado durante este período exclusivamente para a prática de abortos. Seriam, em média, quinze procedimentos mensais. Os valores cobrados variavam entre R$ 1 mil e R$ 5 mil, de acordo com o período de gestação.Além da prática de aborto, as investigações apontaram que o médico recebia no local adolescentes entre 12 e 17 anos, geralmente após as 19 horas, para práticas sexuais mediante pagamento em dinheiro, viagens e outros benefícios. Conforme a Gaeco, uma mulher, que também teve a prisão decretada, levava as meninas para a clínica.De acordo com as investigações, existiria uma espécie de rodízio de meninas a cada 30 dias. As meninas visitavam o consultório uma a duas vezes por semana, ocasiões em que eram presenteadas pelo investigado com celulares, envelopes com dinheiro e outros bens.As duas funcionárias que auxiliavam o médico também foram presas. As investigações apuraram que pessoas de diversas cidades dos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo procuravam o médico para realizarem abortos.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.