Coréia do Norte volta a negociar programa nuclear

Debate liderado por negociadores internacionais estava parado há 9 meses; país cobra recursos econômicos

PUBLICIDADE

Por Da BBC Brasil
2 min de leitura

Altos diplomatas estão reunidos nesta quinta-feira, 10, em Pequim para planejar a próxima medida nas negociações para que a Coréia do Norte abandone suas ambições nucleares em troca de incentivos econômicos e diplomáticos. As negociações entre delegados da Coréia do Sul, Coréia do Norte, Rússia, Estados Unidos, China e Japão serão retomadas após a Coréia do Norte entregar uma lista com seu programa e suas instalações nucleares de plutônio. Em troca os Estados Unidos afirmou que cumprirá a promessa de eliminar Pyongyang da lista de países patrocinadores do terrorismo e de suspender sanções comerciais ao regime norte-coreano. A Coréia do Norte também quis mostrar seu compromisso com as negociações, destruindo a torre de refrigeração de seu reator nuclear em Yongbyon. O encontro em Pequim vai discutir como se pode verificar a veracidade de cada ponto contido na declaração. Os negociadores precisam chegar a um acordo sobre a entrada de observadores internacionais para entrevistar autoridades norte-coreanas e inspecionar plantas e equipamentos nucleares. A Coréia do Norte está desmantelando sua instalação nuclear de Yongbyon em troca por incentivos econômicos. Mas o país também pede que se acelere o pagamento da compensação econômica, que inclui milhões de toneladas de combustível. "Nossa esperança é produzir um regime de verificação que vai estabelecer as regras para as medidas", disse o enviado especial dos Estados Unidos, Christopher Hill. Segundo ele, o processo de verificação vai demorar "mais do que apenas uns dias... várias semanas ou talvez até meses. Mas nós temos que concordar em como ela vai funcionar". Alguns analistas apontam o pragmático Hill como um dos principais motivadores do processo de negociação. Para outros, no entanto, o governo do presidente americano George W. Bush está concedendo demais às demandas da Coréia do Norte. A Coréia do Norte concordou em abrir mão de suas ambições nucleares no ano passado. Em troca, os cinco países envolvidos nas discussões concordaram em fornecer combustíveis e fazer concessões diplomáticas ao país. Em junho, a Coréia do Norte detonou uma torre de resfriamento do reator de Yongbyon. A medida foi considerada simbólica, já que o reator já estava desativado. O governo americano revogou algumas sanções que havia imposto ao regime. O país também deu início a medidas para retirar a Coréia do Norte da lista de Estados que patrocinam o terrorismo. Na semana passada, a Coréia do Norte disse que não tomaria mais nenhum passo em direção ao desarmamento nuclear até que os demais países fornecessem parte da ajuda prometida. (Com BBC Brasil e Efe)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.

Notícias em alta | Brasil






Veja mais em brasil