Correa expulsa funcionário da embaixada dos EUA

Presidente do Equador acusa americano de condicionar ajuda financeira à escolha der responsáveis por projeto antidrogas.

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Por BBC Brasil

O presidente do Equador, Rafael Correa, ordenou neste sábado a expulsão "em 48 horas" de um funcionário da embaixada dos Estados Unidos ao acusá-lo de condicionar uma ajuda financeira para a polícia equatoriana ao direito para que o governo americano selecionasse os responsáveis pelo desenvolvimento de um projeto antidrogas. De acordo com o mandatário equatoriano, Armando Astorga, um dos diplomatas da embaixada dos EUA no Equador teria enviado uma carta à direção da polícia informando o fim de um convênio de US$340 mil, que seriam destinados à luta contra o contrabando. A decisão do governo dos Estados Unidos seria uma resposta à negativa do Equador em permitir que o governo norte-americano indicasse os responsáveis pela aplicação e desenvolvimento do convênio de cooperação. Na avaliação do governo equatoriano a proposta era um atentado à soberania do Equador. "Se trata de uma descarada e malcriada intervenção de um funcionário da embaixada dos EUA em assuntos do nosso país". Correa deu 48 horas para o diplomata americano deixar o país. "Aqui não vamos aceitar que ninguém nos trate como colônia", afirmou. O presidente equatoriano disse que entregará uma carta na próxima segunda-feira à embaixada dos EUA dispensando também os US$ 160 mil anuais que os EUA outorgariam em apoio logístico e operativo para a construção de uma unidade contra o tráfico de pessoas. "Senhor Astorga, fique com seu dinheiro sujo, não precisamos dele, aqui há dignidade. (...) O Equador não precisa da caridade de ninguém", disse Correa. Segundo Correa, com o fechamento da base miliar americana em Manta (Equador) prevista para 2010, o governo dos EUA teria pedido autorização para aterrissar, em território equatoriano, aviões de controle antidrogas. O presidente andino disse que também condicionará o pouso das aeronaves a que seu governo qualifique os pilotos dos aviões "para que não entre nenhum delinquente em nosso país". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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