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Crise pode deixar 100 mi na miséria, alertam ONU e Bird

Preços altos ameaçam redução da pobreza, dizem Ban Ki-Moon, da ONU, e Robert Zoellick, do Banco Mundial

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Por BBC Brasil
Atualização:

A alta dos preços dos alimentos ameaça reverter todos os avanços globais com desenvolvimento e levar 100 milhões de pessoas em todo o mundo para baixo da linha de pobreza, advertiram nesta segunda-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, e o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. Veja também:De olho na inflação, preço por preçoEntenda os principais índices Entenda a crise dos alimentos    Convidado, Lula deve defender biocombustíveis UE propõe fundo agrícola de US$ 1,6 bi para países pobres Sarkozy quer expandir o G8 e incluir países emergentes  EUA expressam sua oposição à ampliação do G8 A declaração de ambos foi feita na ilha de Hokkaido, no Japão, onde acontece a reunião de cúpula anual do G8, o grupo dos sete países mais industrializados do mundo mais a Rússia. Ambos haviam participado de uma reunião pela tarde com os líderes do G8 e oito chefes de Estado ou governo africanos. Ban e Zoellick cobraram dos países do G8 uma ação urgente para combater a atual crise e para prevenir futuras altas nos preços dos alimentos. Segundo o secretário-geral da ONU, o mundo enfrenta três crises simultâneas e interligadas - dos alimentos, do clima e de desenvolvimento - para as quais são necessárias soluções integradas. "Nossos esforços até agora têm sido muito divididos e esporádicos. Agora é a hora de termos um enfoque diferente", afirmou Ban. "A ONU está pronta para ajudar com todos esses desafios globais." Segundo ele, "todo dólar investido hoje equivale a dez amanhã ou cem no dia seguinte". Oportunidade O presidente do Banco Mundial afirmou que a atual crise é uma oportunidade para que o mundo consiga alcançar um caminho de desenvolvimento no longo prazo, mas que para isso é necessário um comprometimento dos países ricos por mais investimentos. Segundo ele, investimentos em projetos como irrigação podem ajudar a expandir as colheitas, principalmente na África, e ajudar a combater a escassez global de alimentos. "Só 4,9% das terras aráveis da África são irrigadas, contra 40% no Sudeste Asiático", observou.  Ele afirmou que os caminhos para possíveis soluções para os problemas atuais já são conhecidos, mas o que falta são mais recursos. Impacto dos biocombustíveis Questionados durante a conferência sobre o impacto que os biocombustíveis teriam sobre a alta global dos alimentos, Ban e Zoellick afirmaram que a produção certamente afeta a atual crise, mas argumentaram que são necessários mais estudos para avaliar a exata dimensão desse impacto. Na semana passada, um documento do Banco Mundial vazado para o jornal britânico The Guardian estimava em 75% a parcela de culpa dos biocombustíveis na alta dos alimentos, principalmente pelo desvio de cultivos como o milho ou a soja para a sua produção. "É verdade que os biocombustíveis contribuem para o aumento no preço dos alimentos, mas não está claro quanto", afirmou Ban. "Acredito que precisa haver mais pesquisas para quantificar isso." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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