Cristina completa 2 anos de governo sob protestos

PUBLICIDADE

Por Ariel Palácios e BUENOS AIRES
Atualização:

O governo da presidente Cristina Kirchner completou ontem dois anos de mandato sem celebrações. No entanto, a data foi recordada pelas associações ruralistas, que organizaram uma manifestação nos parques de Palermo para protestar contra a política econômica da primeira metade da gestão de Cristina. No ano passado os ruralistas foram responsáveis pela pior crise da "era Kirchner" ao realizarem locautes e piquetes nas estradas. O conflito marcou o início da perda de popularidade da presidente e a fuga de aliados do governista Partido Justicialista (peronista).Na manifestação - que reuniu 8 mil pessoas -, os ruralistas exigiram respeito pelas instituições e ajuda para o setor agropecuário. Os líderes dos principais partidos da oposição - a União Cívica Radical (UCR), a Coalizão Cívica, a Proposta Republicana e peronistas dissidentes - também participaram.Além deles, o empresariado - que até poucos meses evitava confrontos com o casal Kirchner - também esteve presente por meio dos líderes da União Industrial Argentina (UIA) e a Associação Empresarial Argentina (AEA). A oposição, embora desarticulada, passa a ser maioria no novo Parlamento que tomou posse ontem. Mas qualquer tentativa da oposição de aprovar projetos de lei será atacada pelo governo. Isso é o que indicou o chefe do gabinete de ministros, Aníbal Fernández, que afirmou que o Poder Executivo vetará as leis que a oposição aprovar no plenário.Cristina gabou-se ontem das "reformas estruturais" realizadas nesses dois anos de governo e sustentou que 2010 - na contramão das previsões dos economistas - "terá um crescimento muito grande".RENÚNCIAEnrique Albistur, um dos homens de confiança do casal Kirchner, renunciou ontem ao cargo de secretário de Meios de Comunicação. Albistur, suspeito de vários casos de corrupção envolvendo fundos federais para publicidade oficial e enriquecimento ilícito, foi um dos autores da polêmica lei de mídia.A lei, aprovada pelo Parlamento recentemente, implica em fortes restrições à atuação dos meios de comunicação. Segundo a oposição, a lei de mídia restringe a liberdade de imprensa e favorece empresários amigos do governo e do casal Kirchner. A.P.

Comentários

Os comentários são exclusivos para cadastrados.