A cúpula do Democratas (DEM) fechou ontem um acordo com a ala dissidente em torno do lançamento de candidatura única do senador José Agripino Maia (RN) para presidir o partido a partir de março. Para contemplar o grupo do partido que está insatisfeito com os rumos do DEM, a direção da legenda abriu espaços na chapa para atender a oposição interna. A negociação, porém, excluiu o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.O atual comando do DEM acha impossível manter Kassab filiado, devido à sua insatisfação pública com o partido e pela disposição de achar uma legenda para concorrer ao governo de São Paulo em 2014. No meio político, a migração de Kassab para o PMDB é descartada e a probabilidade mais plausível seria a filiação do ex-prefeito ao PSB.Pelo acordo selado ontem no DEM, o ex-senador Marco Maciel (PE) não lançará sua candidatura ao comando do partido, permitindo a eleição consensual de Agripino. Em compensação, vagas estratégicas na Comissão Executiva Nacional do DEM ficarão com o grupo rebelde. Assim, o ex-deputado Índio da Costa (RJ), que foi vice na chapa de José Serra (PSDB) à Presidência, será vice-presidente de infraestrutura e cidades. O deputado paulista Guilherme Campos, ligado ao prefeito Kassab, também estará na Executiva, que terá, em sua maioria, integrantes ligados ao atual presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ).Marco Maciel assume a presidência do Conselho Político, que era comandado por Kassab. Questionado se Kassab teria representantes na Executiva, Rodrigo Maia retrucou: "São Paulo está representado pelo deputado Guilherme Campos".Patrocinador do fortalecimento do grupo ligado a Maia, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) terá também representação na futura executiva, já que a secretaria geral do partido será entregue ao deputado Marcos Montes (DEM-MG), seu aliado.Feito o acordo, Agripino ligou para o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, da ala insatisfeita, propondo uma reunião para garantir sua permanência na legenda."Divergências existem em todos os partidos políticos, mas o que prevaleceu foi a unidade e a perspectiva de futuro do DEM", disse Agripino. "Todos saem vitoriosos, todos saem representados. O acordo vai garantir a unidade do partido", emendou Rodrigo Maia. / COLABOROU ANDREA JUBÉ VIANNA