A publicação das cartas de Joaquim Nabuco e os Abolicionistas Britânicos (Topbooks, org. Leslie Bethell e José Murilo de Carvalho) é da maior importância. A relação dele com a Anti-Slavery Society de Londres foi fundamental para a abolição brasileira, mostrando que seu papel foi muito maior que o de uma fachada branca e aristocrática do movimento. (Eis um livro em falta: uma história cultural da luta pelo fim da escravidão no Brasil.) As cartas também comprovam sua decepção com o fim da monarquia na mesma conjuntura. Acima de tudo, mostram como ele previu que a mentalidade escravocrata se perpetuaria no exercício de poder à brasileira, no centro, portanto, da ideologia nacional da "cordialidade" e "suavidade":
"A oligarquia política que governa este país não pôde resistir aos brados pela abolição e deu um jeito (sic) de substituir o projeto de lei da abolição por um que elimina a escravidão nos melhores termos possíveis para as pessoas nela interessadas. (...) É um esquema totalmente inútil e absurdo que vai ajudar os fazendeiros a se livrarem dos seus escravos com uma perda mínima, um esquema que imporá grandes sac