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Presos os inimigos. E os amigos?

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Por danielpiza

A prisão de Daniel Dantas, Naji Nahas, Celso Pitta e seus cúmplices só deixa triste a eles. Qualquer pessoa medianamente informada sabe o temporal de acusações que paira sobre o trio. As ligações de Dantas com Nahas e de Nahas com Maluf e Pitta são há muito conhecidas. A investigação demorou, mas veio. Feita a comemoração, restam perguntas. Qual a relação entre a operação e o histórico de choques entre Dantas e uma ala do governo (pois há outra que se aproximou dele), como no caso da fusão da Oi com a Brasil Telecom? E o processo judicial, que seguirá depois que eles conseguirem habeas-corpus e o espetáculo de mídia passar: continuarão impunes como tantos outros ricaços ou levarão penas brandas do tipo da que levou o juiz Nicolau?

Outra, mais importante ainda, é a seguinte. Ao analisar o esquema da organização criminosa, fica claro que suas grandes fontes de golpes e desvios eram estatais e autarquias, inclusive no episódio do mensalão: cadê então a prisão dos agentes públicos? Prenderam apenas os corruptores, não os corruptos? Luiz Eduardo Greenhalg, Marcos Valério, Mangabeira Unger, Delúbio Soares, Roberto Teixeira, José Dirceu... O que a PF sabe sobre o suposto envolvimento desses políticos e lobbistas? E como Dantas atuou nos corredores desde o governo tucano? Ninguém da turma de FHC será responsabilizado por facilitar tamanho esquema? Caso a investigação fique apenas nesses três "inimigos públicos", será difícil não duvidar de suas intenções.

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