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De 11 mortos na capital, 7 moravam em áreas de risco

Muitos locais que têm perigo de desabamento são desconhecidos; último mapeamento tem 10 anos

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JORNAL DA TARDESete das 11 pessoas que morreram na capital em decorrência das chuvas desde o início da operação verão, em dezembro, moravam em áreas consideradas de risco pela Defesa Civil Estadual - habitavam áreas de encostas, sujeitas a deslizamentos, e morreram soterradas em suas próprias casas. Mesmo após as mortes, a cidade ainda não conta com um mapa das áreas de risco atualizado. O governo municipal aguarda a finalização, pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), da atualização do mapa das áreas de risco. O último foi feito há 10 anos. Em São Mateus, o tapeceiro Edvaldo José dos Santos, de 50 anos, assiste de sua janela o barranco vizinho ao seu imóvel desmanchar com a água das chuvas. "Liguei para a Defesa Civil e eles vieram há uns dois meses ver a situação. Eles nos falaram que mandariam um geólogo para avaliar o terreno e o solo do local. Mas até agora ninguém apareceu." No endereço de Santos, a lista do demonstrativo de execução orçamentária da Prefeitura prevê obras de contenção de encosta ainda neste ano - intervenção esperada com ansiedade. "Só de olho dá para notar que nos últimos dias a vegetação "afundou" no barranco com a força da água." Próximo à residência de Santos, a doméstica Lúcia Maria dos Santos, de 56 anos, já não espera mais por ações do governo municipal. No Jardim São Francisco, o barranco vizinho desmoronou e destruiu parte do imóvel. "Disseram para deixar a casa imediatamente. Estou na casa de vizinhos porque não tenho para onde ir", disse a doméstica.VERBAO prefeito Gilberto Kassab (DEM) negou ontem que tenha congelado R$ 19,6 milhões do orçamento destinado às subprefeituras para intervenções em áreas de risco. Ele diz que as verbas foram centralizadas nas secretarias de Coordenação das Subprefeituras e Habitação "para o melhor uso do recurso". " O recurso é de todos da cidade e deve ser priorizado aonde há mais necessidade."Segundo Kassab, já foram gastos quase R$ 6 milhões para intervenções em áreas de risco. Ele negou a possibilidade de a medida dificultar a liberação dos recursos durante emergências. COLABOROU ANA BIZZOTTO

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