BRASÍLIA - Defensores públicos vão desembarcar nesta quarta-feira, 11, em Manaus em uma força-tarefa para realizar um levantamento dos processos dos detentos no Estado do Amazonas. A decisão foi acertada após encontro nesta terça-feira, 10, com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que contou com a participação de defensores do Amazonas, Distrito Federal, São Paulo e da União.
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O mutirão segundo o presidente do Colégio Nacional de Defensores Públicos Gerais (Condege), Ricardo Batista Souza, também contará com a participação do Poder Judiciário e do Ministério Público. O objetivo é diminuir o número de presos no Estado onde ocorreu um massacre, no Complexo Anísio Jobim, em Manaus (AM), no primeiro dia do ano.
"A defensoria púbica se colocou a disposição do Estado do Amazonas para realizar uma força-tarefa de análise dos processos que resultaram na prisão dessas pessoas. Estamos nos oferecendo para montar um conjunto de defensores de todo ao País e ir até Manaus e colaborar na análise desses processos, evitando que estejam encarceradas pessoas que não têm necessidade neste momento ou cujos benefícios já poderiam ter sido concedidos ou cuja prisão se mostra desnecessárias", afirmou Souza após encontro com o ministro da Justiça.
Relembre massacres em presídios pelo País
1 / 13Relembre massacres em presídios pelo País
Penitenciária Agrícola de Monte Cristo
31 presosforam mortosna madrugada do dia 6 de janeiro naPenitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Roraima. O massacre ocorreu cinco dias após a morte... Foto: REUTERS/JPavaniMais
Compaj
Compaj, Manaus-AM, 2 de janeiro de 2017.Um sangrento confronto de facções no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, deixou56 mortos ... Foto: Edmar Barros/Futura PressMais
Carandiru
Carandiru, São Paulo-SP, 2 de outubro de 1992.Na véspera das eleições municipais, 111 presos foram mortos durante a invasão da Tropa de Choque da Polí... Foto: Hélvio Romero/EstadãoMais
Carandiru
Carandiru, São Paulo-SP, 2 de outubro de 1992.Multidão de parentes e curiosos lota a entrada da Casa de Detenção de São Paulo, em Santana, na zona nor... Foto: Heitor Hui/EstadãoMais
Carandiru
Carandiru, São Paulo-SP, 5 de outubro de 1992.Presos penduram faixa demonstrando luto no Complexo Penitenciário do Carandiru, três dias após o massacr... Foto: Itamar Miranda/EstadãoMais
Carandiru
Carandiru, São Paulo-SP.Vista aérea de detentos na Penitenciária do Estado no Complexo do Carandiru durante a ocorrência uma série de rebeliões em div... Foto: Monica Zarattini/EstadãoMais
Carandiru
Carandiru, São Paulo-SP, 2 de outubro de 1992.O massacre no Carandiru registrouo maior número de mortos em presídios brasileiros na história. Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
Pedrinhas
Pedrinhas, São Luís-MA, novembro de 2010.O Complexo Penitenciário no Maranhão teve uma rebelião que resultou em 18 presos mortos por rivais. O local t... Foto: Márcio Fernandes/EstadãoMais
Pedrinhas
Pedrinhas, São Luís-MA, novembro de 2010.Detento durante banho de sol no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Foto: Márcio Fernandes
Urso Branco
Urso Branco,Porto Velho-RO, 3 de janeiro de 2002.Vinte e setedetentos foram mortos por outros presos quando a Polícia Militar entrou na Casa de Detenç... Foto: Dida Sampaio/EstadãoMais
Urso Branco
Urso Branco,Porto Velho-RO, 3 de janeiro de 2002.Rebelados no telhado do PresídioUrsoBranco, em Porto Velho, no Estado de Rondônia, exibem faixas, enq... Foto: Dida Sampaio/EstadãoMais
Casa de Custódia Benfica
Benfica, Rio de Janeiro/RJ, 2 de junho de 2004.Uma batalha que durou mais de 60 horas entre duas facções criminosas terminou com 31 presos e um agente... Foto: Marcos de Paula/EstadãoMais
Benfica
Benfica, Rio de Janeiro/RJ, 2 de junho de 2004.Fuga e rebelião na Casa de Custódia de Benfica, antigo Ponto Zero, na zona da Leopoldina, zona norte do... Foto: Marcos D'PaulaMais
Segundo o defensor público, não há ainda uma previsão de quantos presos poderão ganhar liberdade. Atualmente, no Estado do Amazonas mais de 50% estariam presos em caráter provisório. "A ideia é fazer uma revisão desses processos e verificar se todos eles merecem estar encarcerados ou não", afirmou Souza.
A montagem da força-tarefa para realizar a revisão dos processos também poderá ser estendida aos demais Estados. "A princípio seria um mutirão, mas que tivesse um caráter permanente... nesse primeiro momento vamos focar em Manaus em razão da situação emergencial, mas essa força-tarefa estará disponível para outros Estados que tiveram em situação semelhantes", ressaltou o defensor.
Ao falar sobre a atual situação do sistema prisional, considerada pelo ministro da Justiça "sob controle", ele avaliou, contudo, que é preciso fazer investimentos no setor.
"Entendemos que há uma fragilidade no sistema, situações graves que nós percebemos no dia a dia. Ainda há um investimento muito grande a se fazer e espero que esse momento resulte em um compromisso de enfrentar os problemas nas suas raízes", afirmou.