Retirar-se do campo em protesto a ofensas racistas, como os jogadores do Milan fizeram na semana passada, não é solução para o problema, de acordo com o presidente da Fifa, Sepp Blatter. O meia de Gana Kevin-Price Boateng, acompanhado dos seus colegas de Milan, se retirou de um jogo amistoso na Itália na quinta-feira, num gesto elogiado por jogadores e políticos. O presidente do Milan, Silvio Berlusconi, afirmou que o time se retiraria de campo sempre que houver ofensas racistas. Em entrevista a um jornal de Abu Dhabi, Blatter afirmou que essa não era a reação correta. "Sair de campo? Não, eu não acho que essa seja a solução", disse. Segundo ele, a Fifa ainda não recebeu da federação italiana um relatório do ocorrido no jogo do Milan. "Não acho que você pode sair de campo, porque no futuro você pode sair de campo se você perde um jogo", disse ele. "Esse é um tema muito sensível, mas eu repito que há tolerância zero com racismo. Temos que ir contra isso." "A única solução é ser muito duro nas sanções, dedução de pontos ou algo similar", afirmou. Num giro pelo Oriente Médio, Blatter disse que o gesto de Boateng era um lembrete ao público de que ele deve se comportar nas partidas. Em novembro passado, Blatter chamou o rascismo no futebol de "um demônio", depois de ter sido criticado em 2011 por negar que esse fosse um problema no esporte e dizer que os incidentes poderiam ser superados com um aperto de mão. (Reportagem por Alan Baldwin)
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