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Denunciado deputado do PT suspeito de integrar milícia

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O Ministério Público do Estado (MPE) do Rio de Janeiro denunciou ontem à Justiça o deputado estadual Jorge Luiz Hauat, o Jorge Babu (PT), e outras dez pessoas, incluindo o tenente-coronel da Polícia Militar (PM) Carlos Jorge Cunha, sob as acusações de formação de quadrilha ou bando armado e extorsão. De acordo com a investigação, a maioria dos crimes está relacionada ao serviço de "proteção", formando uma quadrilha armada que atuava como milícia em bairros da zona oeste da capital fluminense. O MPE pede a prisão preventiva de todos os acusados, com exceção do deputado que, por possuir imunidade parlamentar, só pode ser detido em flagrante por crime inafiançável. Segundo apurou o MPE, os denunciados se "associaram para a prática de diversos crimes, com destaque para o delito de extorsão". "Utilizando-se de violência e grave ameaça, exercida com o emprego de armas de fogo, inclusive fuzis, os acusados cobram dos moradores e comerciantes contribuições semanais, em dinheiro, que variam de R$ 10 a R$ 300, sob o pretexto de oferecer segurança", acusa o MPE na denúncia. A quadrilha impõe nas comunidades sob seu domínio, segundo a investigação, a exclusividade na aquisição de botijão de gás, que só pode ser comprado em empresas por ela autorizadas. Além disso, o bando também controla a distribuição do sinal de TV a cabo. Por terem sido identificados como os "chefes da quadrilha", segundo o MPE, Babu e o tenente-coronel poderão ter suas penas agravadas, caso sejam condenados. Policial civil licenciado, Babu nega as acusações de liderar uma milícia na zona oeste da capital fluminense. "Não tenho p. nenhuma a ver com isso. Até promotor já falou essa m. e não conseguiu provar. É palhaçada. Vocês vão ficar abanando essa p.?", disse ele, ontem. Procurado hoje, o parlamentar não foi localizado. A Polícia Militar informou hoje que não comentaria a acusação, e o tentente-coronel não foi localizado. Expulsão A denúncia contra Babu "deixou o partido numa situação complicada", disse hoje o presidente regional do PT, Alberto Cantalice. Segundo ele, a direção da Executiva no Rio vai analisar apenas na segunda-feira a situação do deputado, que pode ser expulso da legenda. "A militância está indignada. Vamos decidir na segunda, com a cabeça fria. Como está, não vai ficar", disse. "É claro que ele (Babu) tem direito de defesa, mas as denúncias são graves. As punições previstas vão de censura a expulsão." Eleito deputado estadual em 2006, Babu havia sido vereador pelo PT por duas vezes, em 2000 e 2004. Ele foi preso em flagrante pela Polícia Federal (PF) em uma rinha de galo, em outubro de 2004, junto ao publicitário Duda Mendonça, na zona oeste. Não ocasião, foi ameaçado de expulsão do partido, mas manteve-se no PT.

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