O presidente da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani, não quis se pronunciar nesta terça-feira, 22, sobre a prisão do deputado Natalino Guimarães (DEM), mas convocou para quarta-feira uma reunião extraordinária da Mesa Diretora da Casa com integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e do Conselho de Ética para discutir o incidente. Os deputados receberão na quarta da Polícia Civil os autos com o relato das circunstâncias da prisão. Veja também: Grupo faz 'panelaço' contra prisão de deputado no Rio Beltrame exonera deputado acusado de integrar milícia Policial acusa deputado por ataque a delegacia Se a CCJ entender que a prisão do deputado é ilegal, invocando a imunidade parlamentar, o plenário da Alerj, que está em recesso, poderá ser convocado para votar a libertação do deputado. Foi o que aconteceu quando o deputado estadual Álvaro Lins (PMDB) foi preso em flagrante pela Polícia Federal em maio sob a acusação de lavagem de dinheiro. Ele só passou uma noite na cadeia. "Os flagrantes (de Lins e de Natalino) são diferentes. Agora trata-se de uma prisão em flagrante até com troca de tiros", afirmou o corregedor da Alerj, deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), que votou pela libertação de Lins, mas pediu a cassação do deputado. Parlamentares avaliaram nesta terça que dificilmente a Casa se esforçará para libertar Natalino, que não goza da mesma influência política de Lins e já vem incomodando os colegas há algum tempo. "A Assembléia não pode fazer o papel do Judiciário e se antecipar como fez no caso de Lins", defendeu o deputado Marcelo Freixo (PSOL), presidente da CPI das Milícias, que já vinha reunindo informações sobre a milícia da zona oeste. O diretório regional do Democratas anunciou que foi aberto um processo no conselho de ética do partido que pode terminar com a expulsão de Natalino. O prefeito Cesar Maia (DEM) apoiou a prisão em flagrante e afirmou que seu partido já havia requisitado informações à Justiça sobre o caso para estudar o desligamento do parlamentar. Ele ressaltou que, pelo estatuto do partido, o deputado tem direito a defesa.
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