O relator da ação penal do chamado mensalão, Joaquim Barbosa, disse nesta quarta-feira que o PL, atual PR, somente passou a apoiar o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após ser beneficiado por recursos do suposto esquema. O ministro viu crimes de corrupção passiva do deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), do ex-deputado Bispo Rodrigues e do assessor do partido Jacinto Lamas. Segundo Barbosa, apesar do ex-vice-presidente José Alencar integrar o PL, o partido não apoiava o governo Lula. Ele citou depoimento de Costa Neto no qual o deputado afirmou que "não era do governo". Veja frases do ministro durante a sessão. SOBRE O REPASSE DE DINHEIRO DO PT AO PL "Foram distribuídos vultosos recursos no período daquelas reformas (tributária e da Previdência." "Os vultosos pagamentos vinham influenciando o exercício do mandato do acusado (Costa Neto), favorecendo os interesses dos pagadores." "Partidos políticos não são doadores universais de dinheiro para outros partidos políticos", disse Barbosa, acrescentando que tal prática por tempo prolongado é suspeita. SOBRE A ACUSAÇÃO DE LAVAGEM DE DINHEIRO "(Costa Neto) usou a (empresa) Garanhuns para reinserir com aparência lícita na economia formal os recursos oriundos de crimes." "Ao fim dessa sequência de pagamentos (pela Garanhuns), teve início a sistemática de lavagem de dinheiro no esquema SMP&B e Banco Rural", disse Barbosa, citando agência de publicidade de Marcos Valério, apontado como principal operador do suposto esquema. "A materialidade do delito está fartamente comprovada pelos autos." (Reportagem de Hugo Bachega e Ana Flor)
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