O diretor da Divisão de Controle do Interior do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran), delegado Adriano Rodrigues Alves Caleiro, pediu afastamento do cargo ontem. Isso enquanto durarem as investigações sobre o uso de sua senha para a transferência de pontos das carteiras de habilitação de motoristas infratores para a de inocentes, conforme revelou ontem o jornal O Estado de S. Paulo. Caleiro informou sua decisão à diretoria do Detran e reafirmou sua inocência do caso. O delegado diz que sua senha foi usada indevidamente por algum dos 50 funcionários da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Osasco, onde trabalhava antes de ir para o Detran. Como diretor de divisão, ele tinha a missão de fiscalizar 334 Ciretrans do Estado. O delegado assumiu o cargo há dois meses, durante reformulação no departamento. Até então, era um dos delegados assistentes da diretoria da divisão. Caleiro afirmou que a quantidade de trabalho obriga os responsáveis pelas Ciretrans de cidades com mais de 500 mil habitantes a compartilharem sua senha com funcionários do órgão, pois é impossível dar conta sozinho de todo trabalho, que só pode ser efetuado com o uso da senha pessoal para acessar o sistema da Companhia de Processamento de Dados do Estado (Prodesp). O sistema admite a mudança de pontos de um prontuário para outro. Foi aí que ocorreu a fraude, que contaria com a participação de funcionários da Ciretran de Osasco, na Grande São Paulo, de despachantes e de auto-escolas. O esquema pagava para pessoas que se dispunham a emprestar suas carteiras para receber os pontos ou só ?desovava? esses pontos na CNH de alguma vítima inocente. O Detran informou ontem que todos os beneficiados pelo esquema serão convocados e terão suas cartas suspensas ou cassadas, conforme a gravidade do caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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