Diabéticos ignoram doença ocular

Nenhum dos jovens que precisavam de tratamento sabia da lesão, mostra resultado de projeto-piloto no Rio

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Por Clarissa Thomé e RIO

Um projeto-piloto, lançado no Rio para prevenir a cegueira entre jovens diabéticos, mostrou que é grande o número de pacientes que desconhecem ter a lesão inicial. Se essa lesão for tratada, a doença pode ser reversível. Dos 124 jovens testados em seis meses, 26% precisavam de tratamento. Nenhum tinha conhecimento do problema. O programa Oftalmologista Amigo do Jovem Diabético está prestes a ser lançado em São Paulo. "Nossa intenção é reduzir a perda visual relacionada à diabete. A retinopatia é assintomática, silenciosa e tem a ver com a falta de controle da diabete", afirma a endocrinologista Solange Travassos, presidente da União das Associações de Diabéticos do Estado do Rio (Uaderj) e coordenadora do projeto. O nível alto de açúcar no sangue causa lesões nos vasos sanguíneos que nutrem a retina. São lesões pequenas, que provocam visão desfocada, e podem ser identificadas por um exame de fundo de olho. Sem tratamento, o paciente pode ter sangramento repentino e descolamento da retina."Se isso ocorre com paciente de plano de saúde, ele corre para o hospital e faz cirurgia a laser. Na rede pública de saúde, a fila tem 300 pessoas e, até ser atendido, o jovem ficará cego", diz Solange. O ator João Fernandes, de 12 anos, que atuou na novela Cordel Encantado, foi diagnosticado aos 4 anos e faz acompanhamento com oftalmologista."Eu levo uma vida normal: estudo, faço handball, vôlei, danço hip hop e gravo a novela. É só fazer o controle da glicemia", contou.

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