Dilma diz que é preciso evitar 'tentações coloniais' em intervenção no Mali

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Por Redação
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A presidente Dilma Rousseff demonstrou preocupação nesta quinta-feira com a ofensiva liderada pela França no Mali ao alertar que não se pode reavivar "antigas tentações coloniais" e que qualquer ação militar precisa ser "submissa" a autorizações do Conselho de Segurança da ONU, com atenção aos civis. O país africano, de colonização francesa, está mergulhado em caos desde março, quando um golpe derrubou o presidente e deixou um vazio de poder que tem sido explorado por grupos rebeldes, inclusive ligados à rede Al Qaeda. Uma resolução da ONU autorizou em dezembro o envio de uma força militar comandada por africanos, que estaria pronta para entrar em ação em setembro, mas o governo malinês fez um apelo de ajuda urgente para a França, após o avanço dos rebeldes islâmicos. A França enviou mais de 2 mil soldados para auxiliar forças do país no combate a grupos terroristas e realizou ataques aéreos. "O combate ao terrorismo não pode ele mesmo violar os direitos humanos nem reavivar nenhuma das tentações, inclusive as antigas tentações coloniais", disse Dilma, em declaração à imprensa conjunta com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e o presidente do Conselho Europeu, o belga Herman Van Rompuy. Os dois representantes da União Europeia, que apoia a ofensiva francesa no país africano, participaram em Brasília da 6a Cúpula Brasil-União Europeia. "É muito preocupante a situação de conflito armado (no Mali)... Defendemos a submissão das ações militares às decisões do Conselho de Segurança da ONU, com atenção à proteção de civis", afirmou Dilma. A presidente falou ainda da crise humanitária e conflitos na Síria e atribuiu às duas partes responsabilidades, pedindo uma solução por meio do diálogo. "O Brasil considera que a responsabilidade pelo acirramento do conflito prioritária vem do governo de Damasco, mas também as oposições armadas têm tido uma postura de incremento deste conflito", disse. "É fundamental que haja toda uma mobilização internacional para que se encontre e mobilize uma solução através do diálogo", acrescentou. Dilma disse ainda que a comunidade internacional não pode ficar "indiferente" à situação da Guiné Bissau e reiterou a necessidade de negociação no conflito entre Israel e Palestina. (Reportagem de Ana Flor e Maria Carolina Marcello)

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