A presidente Dilma Rousseff deve fazer uma mudança de "pequena extensão" em seu primeiro escalão até o início do próximo ano e "restrita" a ajustes para reacomodar sua base aliada, segundo fontes do Palácio do Planalto. Além de abrir espaço para acomodar o PSD, partido criado pelo atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, Dilma deve ampliar em um ministério a cota do PMDB na Esplanada. Hoje com cinco pastas --Minas e Energia, Agricultura, Previdência, Turismo e Assuntos Estratégicos-- o PMDB se queixa de ter sua força subdimensionada no primeiro escalão, com poucos ministérios importantes, e pede a ampliação de seu espaço há pelo menos um ano. O partido, que tem o vice-presidente Michel Temer, deve comandar as duas Casas do Congresso a partir de fevereiro e poderia ser contemplado ainda pela fidelidade a Dilma, tanto em votações na Câmara e no Senado como em alianças eleitorais do pleito municipal recém-encerrado. Já o PSD, apesar de ter se aliado em São Paulo com o PSDB, contra o candidato petista Fernando Haddad, deve receber seu primeiro ministério pela bancada expressiva no Congresso --tem 47 deputados e dois senadores-- e pelo bom desempenho do partido. Criado há cerca de um ano conquistou 497 municípios em todo o país, sendo uma capital. Dilma também quer, segundo afirmaram à Reuters as duas fontes sob condição de anonimato, que o Congresso aprove ainda neste ano o Ministério da Pequeno e Microempresa, pasta que planeja criar desde que assumiu a Presidência. Segundo uma das fontes, há a possibilidade de o Ministério dos Transportes ser remanejado para um nome do PMDB de confiança da presidente. Atualmente, é ocupado por Paulo Sérgio Passos, um nome do PR que não é reconhecido como da cota do partido pela legenda. Outras duas pastas, hoje ocupadas por técnicos, poderiam trocar de comando, de acordo com as fontes: Ciência e Tecnologia e a Secretaria de Aviação Civil. Segundo uma das fontes, não está nos planos do Planalto ampliar o espaço do PSB, que teve o melhor desempenho proporcional ao seu tamanho nas eleições municipais, conquistando 5 capitais. O partido teve embates diretos com o PT em diversas cidades, e venceu em centros importantes como Recife, Fortaleza, Belo Horizonte e Campinas. Uma das fontes afirmou ainda que o Planalto vê com bons olhos uma possível fusão do PSD com o PP --projeto que vem sendo negociado por Kassab--, porque os dois partidos são aliados e reforçariam a base governista no Congresso.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.
Notícias em alta | Brasil
Veja mais em brasil