O administrador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Paulo Afonso, na Bahia, João Valadares, comunicou nesta terça-feira, 20, à diretoria do órgão em Brasília que vai pedir exoneração do cargo. Segundo a assessoria da Funai em Brasília (DF), porém, o pedido oficial ainda não chegou à sede. O comunicado acontece seis dias depois que índios das tribos Kaimbé e Kiriri, localizadas no norte da Bahia, ocuparam a sede do órgão no município. Eles reivindicam a substituição de Valadares, a quem acusam de não repassar recursos federais destinados às aldeias. Segundo o cacique dos Kiriri, Marcelo de Jesus, a exoneração de Valadares, caso confirmada pela Funai, não conclui a manifestação. "Só sairemos do imóvel quando chegar o novo administrador, indicado pela Funai de Brasília", afirma. "Não queremos ninguém que já esteja trabalhando aqui para o lugar dele, senão, a ''máfia'' continua." De acordo com o cacique, os índios descobriram que os repasses estavam sendo feitos pelo governo federal e não estavam sendo repassados pela administração regional em uma reunião com representantes da Coordenação Geral de Desenvolvimento Comunitário na sede da Funai, em Brasília, há cerca de um mês. Ele conta que a manifestação reúne cerca de 300 índios acampados no prédio do órgão em Paulo Afonso. Como os funcionários estão impedidos de entrar no prédio, já faz uma semana que não há expediente no local. A assessoria da Funai informa que vai investigar as acusações dos índios. Valadares não foi encontrado para comentar o pedido de exoneração, mas vinha negando as acusações desde a semana passada.
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