Discurso de Obama é 'importante' para os EUA, diz Rice

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Por SUE PLEMING
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Citada eventualmente como possível candidata a vice-presidente na chapa republicana, a secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice, elogiou na sexta-feira o pré-candidato democrata Barack Obama por seu recente discurso sobre a questão racial. Obama tenta se tornar o primeiro presidente negro dos EUA. Diante de questionamentos à ideologia racial do pastor de sua igreja em Chicago, Obama fez na semana passada um discurso sobre o tema, que se tornou um dos mais importantes da atual campanha eleitoral. "Acho que foi importante que ele tenha feito [o discurso racial] por diversas razões", disse Rice em entrevista ao jornal The Washington Times, cuja transcrição foi divulgada por assessores dela. Em seu discurso, Obama falou da cisão racial que existe nos EUA e da necessidade de curar essas feridas. "Há um paradoxo neste país e uma contradição neste país, e ainda não o resolvemos", disse ela numa detalhada resposta sobre Obama e a questão racial, a propósito do 40o aniversário, na semana que vem, do assassinato do líder negro Martin Luther King Jr. "Mas o que eu gostaria que entendessem como norte-americana negra é que os norte-americanos negros amaram este país e nele tiveram fé mesmo quando este país não os amou e não teve fé neles, e esse é o nosso legado", disse a secretária. Rice contou que seu pai, uma avó e uma bisavó sofreram "terríveis humilhações" em suas vidas no sul na época da segregação, e mesmo assim sempre amaram os EUA. Embora muitos negros se digam "afro-americanos", Rice disse que eles não deveriam se ver como imigrantes. "Não imitamos a história imigrante. Aonde esta conversa tem de chegar é que americanos negros e americanos brancos fundaram este país juntos, e acho que sempre quisemos a mesma coisa." Embora tenha insistido que não queria falar de eleição --"não faço política," disse-- Rice também reiterou seu desinteresse pela candidatura a vice na chapa de John McCain. Ela afirmou que pretende voltar à Califórnia ao final do mandato de George W. Bush.

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