A elevação da taxa básica de juros pelo Banco Central australiano, de 3% para 3,25% - o primeiro país do G-20 a iniciar a retirada dos estímulos que sustentaram a economia ao longo da crise financeira global - e a expectativa de novos ingressos de recursos no mercado brasileiro conduziram o dólar ontem à menor cotação desde 8 de setembro de 2008: R$ 1,752. A moeda caiu 0,51%, no terceiro dia seguido de baixa, acumulando recuo de 2,01% no período. O aperto monetário na Austrália contribuiu para um aumento do apetite ao risco, numa sinalização clara de que o pior da crise ficou para trás. Isso empurrou o dólar para baixo também frente a outras moedas no exterior. Além disso, fez crescer entre os investidores domésticos a expectativa de antecipação do ciclo de alta da Selic. Assim, as taxas de juros futuros subiram. O contrato mais líquido, de janeiro de 2011, fechou a 10,28%. Na Europa, as Bolsas avançaram mais de 2% e, em Nova York, acima de 1%. Com os ventos externos e fluxo financeiro a favor, a Bovespa testou durante o dia os 63 mil pontos pela primeira vez no ano, mas não conseguiu segurar esta marca. Avançou 0,48%, para 62.670,59 pontos, maior patamar desde 1º de julho de 2008.
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