PUBLICIDADE

''É uma reconstrução, estamos saindo do zero''

Entrevista com Hans Dohmann, secretário municipal da Saúde do Rio

PUBLICIDADE

A Secretaria Municipal da Saúde do Rio informou ter decidido direcionar suas atenções para a atenção básica - o acesso da população aos postos, onde se faz medicina preventiva. Destacou ter criado o Programa Saúde Presente, que divide a cidade em dez áreas e prevê um sistema personalizado de assistência, em que cada pessoa terá o seu médico, que a encaminhará a outras especialidades. Em três anos, a pasta enfatiza que receberá R$ 1 bilhão a mais, passando de 15% para 20% do orçamento municipal. No entanto, na prática, o plano plurianual apresentado à Câmara dos Vereadores aponta que o município continuará reforçando a "cultura da emergência" - estão previstos R$ 482 milhões para o Saúde Presente e R$ 605 milhões para a construção de Unidades de Pronto-Atendimento (UPA), criadas pelo governador Sérgio Cabral para desafogar hospitais e encampadas pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB). Em entrevista ao Estado, o secretário de Saúde, Hans Dohmann, reconhece a deficiência.Há déficit de postos de saúde? Sem dúvida. Há déficit na atenção básica e o grande exemplo disso é o Programa de Saúde da Família, cuja cobertura é de apenas 3,5% da população. A grande prioridade da nossa gestão é avançar na atenção primária e diminuir essa lacuna. Ao fim do governo, queremos chegar ao patamar de São Paulo, que tem uma cobertura de atenção primária entre 40% e 50%. Quais são os planos da secretaria? A cidade foi dividida em dez regiões e estamos mapeando as necessidades. Cada morador vai saber o nome do seu médico. Ele não vai mais precisar ficar na fila. É uma reconstrução. Estamos saindo quase do zero.Por que o atendimento nos postos não é padronizado?A gente já recebeu assim, uma falta de lógica completa. Tem posto com um clínico, outros com dez.O maior investimento previsto é para a construção de UPAs.Nós temos de levar em conta o que a população quer. A mãe quer chegar em casa e, ao encontrar o filho com febre, ter um lugar funcionando. Vamos fazer UPAs e reforçar o atendimento dos postos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.