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Memória, gente e lugares

O maior drible tomado pelo Palmeiras

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Foto do author Edmundo Leite
Atualização:

Todos os times têm derrotas memoráveis em sua história. Algumas amargas. Dentro de campo, é do jogo. Mas quando a derrota é fora dos gramados fica difícil até de avaliar. Há exatos dez anos, o Palmeiras deveria começar a disputa de um sonhado Mundial de Clubes na Espanha. A falência da ISL, agência parceira da Fifa, fez o sonho virar pesadelo.

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Depois de, num lance de esperteza e ingenuidade dos dirigentes, ceder a vaga a que tinha direito no primeiro Mundial de Clubes disputado no Brasil para o Vasco, o time do Parque Antártica ficou a ver navios quando foi anunciado o cancelamento do torneio na Espanha.

O material promocional produzido pelo clube em parceria com agências de viagens parceiras dá uma noção de quão grande era a expectativa palmeirense com a competição. O time pretendia, 50 anos depois de conquistar a mítica e polêmica Taça Rio, o primeiro Mundial de Clubes da História, colocar seu nome como uma das grandes forças do futebol mundial.

Para acalmar os dirigentespalmeirenses, a Fifa indenizou o clube em US$ 750 mil. O então técnico Luiz Felipe Scolari resumiu numa frase o sentimento da torcida palmeirense com o drible tomado da Fifa: "Eu me sinto roubado".

 Foto: Edmundo Leite
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O Estado de S.Paulo - 18/5/2001

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 Foto: Acervo Estadão

O Estado de S. Paulo - 19/5/2001

 Foto: Acervo Estadão

Relembre nas reportagens de Cosme Rímoli, Luiz Antônio Prósperi e Eduardo Maluf outros lances da história, iniciada em 1999, do Mundial não disputado pelo Palmeiras:

Jornal da Tarde - 15/06/1999

Mundial de Clubes: Vasco é o indicado

COSME RÍMOLI, LUIZ ANTÔNIO PRÓSPERI

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A Confederação Sul-Americana surpreendeu ao anunciar, ontem, que o Vasco representantará o continente no Mundial de Clubes , que será disputado no Brasil de 5 a 15 de janeiro de 2000. Francisco Benitez, secretário-executivo da Conmebol, comunicou à Fifa que o clube carioca foi escolhido por ter sido campeão da Libertadores da América em 1998.

A expectativa era pela participação do campeão sul-americano de 99, título que será decidido entre Palmeiras e Deportivo Cali, amanhã, no Parque Antártica. Com a opção pelo Vasco , a Conmebol resolveu um problema da CBF, que havia escolhido São Paulo e Rio como as duas sedes do torneio.

“Até eu fiquei surpreso com a indicação do Vasco , não tive participação nenhuma na escolha. A Sul-Americana seguiu critério da Fifa , que havia indicado o Real Madrid como campeão da Copa Toyota de 98″, comentou Ricardo Teixeira, presidente da CBF.

Com um time carioca garantido no Mundial , não será surpresa se Teixeira optar por um clube paulista como representante do Brasil, que tem direito a uma vaga por ser o país-sede do evento.

“Tenho até outubro para definir o clube que representará o Brasil. Quero analisar com calma. Não haverá um torneio específico para isso. Antecipo que não será o campeão brasileiro ou o campeão da Copa do Brasil. O critério é da CBF.”

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Teixeira tem um bom argumento para escolher um time paulista: um jogo extra entre Corinthians, campeão brasileiro de 98, e Palmeiras , campeão da Copa do Brasil de 98. A chance de a vaga ficar com um time paulista é muito grande. Não por acaso, o presidente da CBF conseguiu, ontem, o apoio do governador Mário Covas para a realização do torneio.

Teixeira teve uma audiência com Covas, às 10h, quando expôs o projeto da CBF e as exigências da Fifa para o Brasil organizar o torneio. “O governador ficou entusiasmado com o torneio, principalmente quando soube que mais de 2 bilhões de pessoas acompanharão os jogos pela televisão. Será uma propaganda de São Paulo para o mundo. Do governo paulista nós só precisaremos de segurança para as equipes.”

Com o respaldo de Covas, Teixeira cumpriu com uma das exigências da Fifa , que só autoriza um país a organizar o Mundial desde que tenha apoio oficial das autoridades locais.

Anthony Garotinho, governador do Rio, havia garantido que o Estado daria total respaldo à CBF. Garotinho também anunciou um investimento de US$ 60 milhões para reformar o Maracanã.

A Fifa prometeu vistoriar o estádio carioca e o Morumbi a partir de quinta-feira.

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Cosme Rímoli e Luiz Antônio Prósperi

A escolha veio da Confederação Sul-Americana, que se decidiu pelo clube carioca por causa do título da Libertadores/98.O outro indicado do Brasil será privilégio da CBF #

O Estado de S.Paulo - 26/05/2001

Fifa promete indenizar o clube

EDUARDO MALUF

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A Fifa anunciou ontem que vai indenizar os clubes pelo adiamento do Mundial , que seria realizado em julho e agosto, na Espanha. O Palmeiras vai receber pelo menos US$ 500 mil que a entidade havia dado como adiantamento aos participantes da competição. O Alviverde, no entanto, não tinha recebido nenhuma quantia. “Teremos de fazer o balanço do prejuízo financeiro. Nas próximas semanas, pagaremos os clubes e os organizadores”, garantiu Michel Zen Ruffinen, secretário-geral da Fifa .

A diretoria do Palmeiras havia enviado, durante a semana, uma carta para a sede da entidade exigindo explicações e pedindo os US$ 500 mil a que tinha direito. O Departamento Jurídico estava estudando a possibilidade de entrar com uma ação contra a Fifa na Justiça por perdas e danos. Depois da promessa de ressarcir os clubes , porém, o Palmeiras vai desistir da idéia.

A quantia que receberá poderá ajudar a diretoria a trazer alguns reforços. O atacante Caio, que deixou o Santos, pode ser o primeiro. No início do ano, o Alviverde tentou contratá-lo. A intenção é “tapar os buracos” que vão aparecer, porque dificilmente Alex e Felipe permanecerão no Palestra Itália. “O preço que estão pedindo pelo passe deles está fora da realidade do futebol brasileiro”, afirmou um dirigente do clube, ligado ao presidente Mustafá Contursi. O zagueiro Argel, que interessa ao Santos, dificilmente permanecerá no segundo semestre. (E.M.)

# Jornal da Tarde - 25/05/2001

Revoltado com o acordo

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COSME RÍMOLI

Scolari havia avisado para não aceitarem acordo que dava a vaga para o Mundial de 2000 ao Vasco. ‘Eu me sinto roubado’

" Não se abre mão de um direito adquirido em nome de nada (desistência do Palmeiras do Mundial em favor do Vasco) " (Luiz Felipe Scolari)

Em Belo Horizonte, Luiz Felipe Scolari soube do cancelamento do Mundial de Clubes da Espanha, do qual o Palmeiras iria participar em julho, e foi dominado pela raiva. O treinador se lembrou das conversas que teve com dirigentes do clube enquanto preparava a equipe para a disputa do Mundial no Japão em 1999. Ele tentou de todas as maneiras evitar que aceitassem adiar a participação do Mundial de 2000 e deixar a vaga para o Vasco.

“Era um assunto interno, na época. Eles me disseram que o Palmeiras iria abrir mão porque teria assegurado a participação no Mundial de 2001. O Vasco ficaria com a nossa vaga porque interessava para a realização do campeonato ter um time do Rio de Janeiro.

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A desculpa que convenceu os dirigentes foi que se ganhássemos o Mundial do Japão em dezembro de 1999 só teríamos um mês para desfrutá-lo, já que o Mundial do Rio seria em janeiro de 2000. E além do mais a Fifa garantia que estaríamos no de 2001 na Europa. Fui contrário desde o início. Não se abre mão de um direito adquirido em nome de nada. Mas fui voto vencido. E sou homem que respeita a hierarquia. Quem manda no clube já havia aceito”, revela, irritado.

O tempo haver passado e provado que estava certo não acalma Luiz Felipe. Pelo contrário. “Tenho uma ligação de coração com o Palmeiras . Carrego a carteirinha do clube para onde vou. Fico muito mais do que triste com tudo que deixaram de ganhar no Parque Antártica com o cancelamento do Mundial .”

Revolta

Quando pensa na luta que foi para vencer a Libertadores da América e que vários jogadores que participaram da campanha como Marcos, Alex e Arce ficaram no Palmeiras esperando pelo Mundial da Espanha, Felipe se revolta de vez: “Sei que estão se sentindo como eu. Estou me sentindo roubado. Em futebol não se confia em ninguém. Falaram para deixar o Vasco disputar o Mundial de 2000 que o Palmeiras estaria no de 2001. Eu avisei. E agora? Cadê a competição? Sinto raiva, bronca, vergonha. Por mim, pelos atletas e pelos torcedores. No futebol as oportunidades são únicas.”

Embora seu trabalho tenha sido vitorioso no Palmeiras , Luiz Felipe nunca teve sequer metade do respaldo que tinha no Grêmio. Por falar palavrões, o treinador foi proibido de levar a equipe para treinar no Parque Antártica.

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A diretoria não molhava a grama horas antes da partida começar, como implorava o treinador - ele sempre entendeu que o gramado do estádio palmeirense prendia a bola e atrapalhava seu próprio time. Seu trabalho era limitado também nas categorias de base. Mas mesmo assim grande parte dos conselheiros quer o retorno do treinador.

Ligação afetiva

“Eu me sinto lisonjeado e feliz demais quando retorno ao Palmeiras . Mesmo o presidente Mustafá, com quem tive algumas opiniões divergentes, sempre me tratou com respeito e foi muito digno quando pedi para sair. Também sei que faz o possível e o impossível pelo Palmeiras . Passei três anos no Parque Antártica. Minha ligação é tão afetiva que ganhei uma carteira de sócio, com validade até novembro de 2003, do diretor financeiro Durval Colossi. Ela está sempre comigo.”

O técnico não gosta quando perguntam o que sente ao ser aplaudido pelos palmeirenses que chamam Celso Roth de “burro”. “Agora eu sou treinador do Cruzeiro e vou fazer tudo para eliminar o Palmeiras e para ganhar a Libertadores. Adoro saber que os palmeirenses têm um carinho grande por mim e é recíproco. Só que o homem que merece todo o apoio e incentivo agora é seu treinador, o Celso Roth. Ele está trabalhando pelo clube e merece respeito.”

Sobre voltar a trabalhar no Palmeiras , Luiz Felipe não aceita nem falar sobre o assunto. Diz estar com toda a sua energia voltada para o Cruzeiro. Mas não esconde o encantamento com São Paulo. “Sinto um friozinho na barriga quando sei que vou viajar para São Paulo.

A cidade enorme, os prédios, a competitividade no trabalho. Tudo isso me impressiona. O técnico não é dono de sua carreira. Nunca sabe onde vai trabalhar no futuro. Mas que no futuro quero voltar a trabalhar em São Paulo..., ah!, isso eu quero.” (C.R. )

# Jornal da Tarde - 05/06/2001

Mustafá mostra sua revolta. E desafia

COSME RÍMOLI

Mustafá Contursi está revoltado. Motivos não faltam ao presidente do Palmeiras . Mas a vontade de vencer se mistura com a revolta. Motivos não faltam para o dirigente mostrar sua raiva.

O cancelamento do Mundial de Clubes ; a acusação de ter feito um acordo e ceder a vaga do Mundial no Rio para o Vasco; a pressão para trocar Celso Roth; as acusações do presidente do Cruzeiro, Zezé Perrela, de que Mustafá impôs, na Confederação Sul-Americana, o árbitro Carlos Eugênio Simon para perturbar Luiz Felipe Scolari no decisivo jogo entre os brasileiros.

Enquanto Mustafá prepara o terreno para a chegada do sonhado patrocínio da Pirelli, a ponto de ter praticamente fechada a venda da imagem, marketing e assessoria de imprensa para as agências Fisher & Justus e Low Loduca, ele também pensa como um torcedor. “O Palmeiras não teme a Bambonera e apesar de todos estarem contra, tem tudo para ganhar a Libertadores”, desabafou com exclusividade ao JT.

Jornal da Tarde - O senhor está orgulhoso por não haver cedido às pressões para a demissão de Celso Roth?

Mustafá-- Eu não sou homem de ceder à pressão de torcedor, imprensa. Eu apostei no trabalho do Celso Roth desde o início. Eu entendo de futebol e vi o trabalho sério que ele estava fazendo com o time. O Palmeiras nunca foi circo para o nosso técnico estar na corda bamba como diziam por aí.

Mas no jogo que valeu a classificação, o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrela, declarou que o senhor impôs a escalação do árbitro Carlos Eugênio Simon. O senhor tem essa força na Confederação Sul-Americana?

Tem coisas que me revoltam no futebol. Eu sou um dirigente, um homem comum, que paga pelos meus atos. O presidente do Cruzeiro é um deputado, com imunidade. Pode fazer o que quiser, invadir o campo para pressionar o juiz, inventar um monte de mentiras para justificar a eliminação do seu time e nada acontece com ele. Por pessoas assim que o Clube dos 13 está cada vez mais fraco.

O senhor fez acordo com a diretoria do Vasco para participar do Mundial de 2001 e deixou os vascaínos com o de 2000?

Isso é uma das maiores injustiças que fazem comigo. Não houve acordo nenhum. A Confederação Sul-America determinou o Vasco e Corinthians como representantes brasileiros antes da Copa Libertadores acabar. Não havia a certeza que seria o Palmeiras . Não fiz acordo e estou irritadíssimo como qualquer torcedor pelo cancelamento do Mundial da Espanha.

O Palmeiras não irá recuperar o dinheiro que investiu?

Vou revelar agora: a Fifa já colocou à nossa disposição US$ 500 mil. Mas o dinheiro não interessa. Eu queria a chance do Mundial . Eu sinto como se me tivessem convidado para uma festa mas não me deixaram comer o bufê. Estou revoltado. E o Palmeiras não está garantido no Mundial de 2003. Isso eu já sei. Estamos nas mãos dos dirigentes da Fifa , mas vou brigar pelos nossos direitos adquiridos no campo.

O senhor mais teme o Boca Juniors ou La Bambonera?

O Palmeiras não teme La Bambonera e, apesar de todos estarem contra, tem tudo para ganhar a Libertadores. Conseguimos bons resultados no ano 2000 e o time está pronto para suportar a pressão e decidir a vaga na nossa casa, no Parque Antártica. O time está pronto. Dizem que não acompanho futebol, mas sei muito bem o nosso potencial. Por isso tenho a coragem de falar sobre as nossas reais possibilidades de ganhar o título.

Como estão as negociações de patrocínio com a Pirelli?

Estão caminhando. Mas não há nada decidido. A nossa proposta eles já tem e estou esperando a resposta definitiva. Não posso afirmar mais nada, só isso.

O senhor vai levar seguranças a mais para Buenos Aires para proteger os jogadores do Palmeiras?

Nada disso. Ainda bem que esse tempo já passou. Nossos jogadores não serão perturbados. E os deles não precisam se preocupar na partida de volta. O Palmeiras sempre teve as suas conquistas no campo. No campo.

Cosme Rímoli

# O Estado de S.Paulo - 18/06/2001

Palmeiras faz as contas e conclui: ‘Que prejuízo!’

EDUARDO MALUF

A diretoria do Palmeiras reuniu-se nos últimos dias para analisar as necessidades do elenco e para fazer um balanço das finanças do clube. A conclusão foi de que o primeiro semestre não poderia ser pior financeiramente. Além do prejuízo de no mínimo R$ 10 milhões com o cancelamento do Mundial de Clubes da Fifa , o Alviverde deixou de faturar pelo menos mais R$ 5 milhões com a desclassificação nas semifinais da Taça Libertadores, somando o valor pago pela Conmebol aos finalistas, arrecadação e o prêmio que a Pirelli, nova patrocinadora, pagaria pelo título, conforme prevê o contrato que vai durar dois anos.

Otimista, o presidente Mustafá Contursi apostou nesta cláusula do acordo para aumentar a receita do clube. A empresa italiana desembolosará US$ 2 milhões por ano, valor considerado baixo, mas pagará, ainda, por cada conquista. Neste ano, restam o Campeonato Brasileiro e a Copa Mercosul.

A derrota para o Boca Juniors afetou também a Pirelli. A multinacional e o clube planejavam anunciar oficialmente o acerto após a partida da última quarta-feira e apresentar a nova camisa com a logomarca do patrocinador. Assim, o Palmeiras estrearia o uniforme já nos jogos decisivos da competição sul-americana.

Bons tempos - No fim de 2000, a diretoria palmeirense comemorava o equilíbrio financeiro do clube. Tinha mais de R$ 40 milhões acumulados, enquanto a maioria tentava “driblar” as dívidas. Hoje, porém, esse valor diminuiu em mais de 50%. Assim, Mustafá não promete reforços de peso para o segundo semestre.

O jogador que está mais próximo do Palestra Itália é o meia Robert, do Santos, e o negócio pode ser fechado nos próximos dias. Para que ele seja contratado, o Palmeiras deverá ceder o atacante Tuta e mais um volante, possivelmente Claudecir.

Robert, atacante do Botafogo de Ribeirão Preto, e Marquinhos, lateral-esquerdo do Goiás, também interessam. Um meia e um lateral são as prioridades, porque Felipe e Alex estão deixando o clube.

O diretor de Futebol Sebastião Lapola iniciará nesta semana os trabalhos no Palmeiras ao lado de Américo Faria. Ele estava nos Emirados Árabes e volotou ao Brasil semana passada. R$ 15 milhões no primeiro semestre

# O Estado de S.Paulo - 07/07/2001

Palmeiras recebe US$ 750 mil da Fifa e desiste de entrar na Justiça

A Fifa anunciou ontem que pagará uma indenização de US$ 750 mil aos clubes que iriam participar do Mundial da Espanha, que começaria no fim do mês. O Departamento Jurídico do Palmeiras havia ameaçado entrar na Justiça contra a entidade, alegando perdas e danos, mas desistiu. O valor ajudará a diretoria na contratação de reforços.

Embora não seja uma quantia elevada para os padrões do futebol atual, é considerável. Equivale a quase quatro meses de pagamento da Pirelli, que assinou contrato de patrocínio na segunda-feira.

Outra boa notícia para o torcedor é a renovação de contrato do volante Fernando, que ficará pelo menos mais um ano no Palestra Itália. O atleta vinha sendo bastante assediado pelo Internacional-RS, mas preferiu permanecer em São Paulo. “Sempre tive a intenção de ficar”, comentou. “A renovação de meu contrato é uma prova de que idade não faz diferença.”

Apesar dos 34 anos, Fernando teve boas atuações no ano passado e no primeiro semestre de 2001 e passou a ser querido pelos torcedores por sua dedicação.

Alegria de uns, tristeza de outros. Fábio Júnior está inconformado com sua situação. O atacante foi suspenso por um ano na Itália por uso de passaporte falso e quer mais esclarecimentos, o que não conseguiu até agora.

Américo Faria, diretor de Futebol, disse que ainda não recebeu nenhum comunicado oficial. “Minha mãe viu na televisão que eu tinha sido suspenso pela Fifa e não poderia jogar no mundo todo e me ligou desesperada para saber se era verdade”, contou. “Essa falta de informação é ruim e prejudicial.” Mesmo assim, Fábio Júnior segue treinando e, amanhã, viaja com o elenco para Serra Negra.

A estréia da camisa com a logomarca da Pirelli será no dia 14, em amistoso com o Etti Jundiaí. O Palmeiras vai entregar as faixas de campeão da Série A2 para o time do interior. A diretoria está atras de pelo menos três reforços. Deivid, do Santos, interessa. Se não acertar com o Corinthians, poderá aparecer no Palestra Itália.

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