Equador rejeita proposta e expulsa Odebrecht

Ministro afirma que proposta da empreiteira não convenceu o presidente Correa.

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Por Claudia Jardim

O governo do presidente do Equador, Rafael Correa, rejeitou o acordo com a construtora brasileira Odebrecht e anunciou nesta quarta-feira a expulsão definitiva da empresa de seu país. "O presidente tem cedido muito, mas definitivamente (a Odebrecht) não pode estar no país (...) Analisamos tudo e acreditamos que não é possível continuar com ela", afirmou à jornalistas o ministro de Setores Estratégicos Galo Borja, logo depois de uma reunião com o presidente Rafael Correa. Procurada pela BBC Brasil, a assessoria de imprensa da empreiteira afirmou que não havia sido comunicada oficialmente sobre a decisão. Na semana passada, a construtora havia oferecido uma garantia de US$ 43 milhões que poderia ser transferida para o Estado para o pagamento de uma eventual multa, caso uma auditoria internacional responsabilizasse a construtora pelas falhas encontradas na usina hidrelétrica San Francisco. A empresa também havia oferecido estender a garantia das obras por mais um ano e arcar com os custos de reparação das falhas da usina. O impasse entre o governo equatoriano e a construtora começou no dia 23 de setembro quando Correa assinou um decreto ordenando o embargo dos bens da Odebrecht, a militarização de todas as obras em andamento e proibição de que funcionários da empresa deixassem o país. Com uma potência prevista de 230 megawatts e com capacidade para abastecer 12% da energia do país, a central San Francisco foi construída pelo Consórcio Odebrecht - Alstom - Vatech (empresas européias) e inaugurada em junho de 2007. A partir de junho de 2008, a San Francisco começou a apresentar falhas e logo depois foi fechada, o que, de acordo com o governo equatoriano, coloca em risco o abastecimento do país e poderia ocasionar apagões de energia. A construtora brasileira Odebrecht afirmou que, durante seu primeiro ano de funcionamento, a usina hidrelétrica operou sob a responsabilidade do governo do Equador, com capacidade superior à que havia sido projetada. Colaborou a Redação em São Paulo BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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