11,5 milhões de jovens entre 15 e 29 anos não trabalham nem estudam no Brasil. Chamado de "nem-nem", esse grupo cresceu de forma exponencial nas últimas décadas até atingir o auge na pandemia, de cerca de 30% da faixa etária. Esse número caiu para 23% da população no primeiro trimestre deste ano, segundo dados da FGV Social.
Reverter essa situação, no entanto, não é uma tarefa fácil nem rápida. Envolve uma mudança estrutural na educação do País, que há anos vem deixando a desejar, segundo especialistas. Com o avanço da escolaridade, o Brasil viu aumentar o números de jovens que completam o ensino médio, mas os estudantes acabam ficando num "limbo".
Outra forma de resolver a questão dos "nem-nem" está ligada ao crescimento da economia. Desde 2013, o País não consegue encontrar um caminho de retomada consistente. Entre 2017 e 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu numa média de 1,4% ao ano - resultado muito abaixo da capacidade.
Recentemente, em artigo publicado no Estadão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Geraldo Alckmin falaram sobre algumas medidas que estão sendo estudadas para a área de educação. Uma delas seria garantir a formação dos jovens para o mercado de trabalho, com uma política nacional de educação profissional e tecnológica, além da implementação do novo ensino médio e modernização do sistema de aprendizagem.
Mas será que isso é suficiente para acabar com a geração "nem-nem"? Sobre o assunto, vamos conversar com Marcelo Neri, diretor da FGV Social. Além disso, vamos ouvir dois depoimentos de jovens que têm atravessado esse momento.
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Apresentação: Emanuel Bomfim
Produção/Edição: Gustavo Lopes, Jefferson Perleberg, Gabriela Forte e Katarina Moraes
Sonorização/Montagem: Moacir Biasi