Desde as chuvas torrenciais que atingiram o Sul do País no começo do ano e deixaram, ao menos, 180 mortos, Marco Antônio Vieira Machado, presidente do Sincopeças-RS (Sindicato do Comércio Varejista de Veículos e de Peças e Acessórios para Veículos no Estado do Rio Grande do Sul), tem atuado para recuperar a economia do Estado. Sobre o tema e outras informações, ele conversa com Antônio Penteado Mendonça.
O convidado considera que os estragos das águas têm diversos componentes, entre os quais, o volume de chuvas e a falta de atenção do poder público com a manutenção e conservação de equipamentos de contenção. "A repercussão destes problemas aparecerão no Brasil todo", afirma. As as pontes, e quilômetros de asfalto e portos fluviais que desapareceram. "O município é o ente pobre, quem recebe as maiores demandas e tem poucos recursos do estado - especialmente o Rio Grande do Sul, com uma dívida histórica. Nos restaria o apoio da União, mas efetivamente se traduziu em muito marketing nacional e pouco recurso na ponta", revela.
Ao menos R$ 500 milhões não foram arrecadados em ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) nos dois primeiros meses pós-enchentes no Estado. Em todo Rio Grande do Sul, são cerca de R$ 50 bilhões em prejuízos. "Estamos acompanhando e cobrando do poder público medidas de contenção e de proteção ao investimento e à vida das pessoas", afirma o presidente do Sincopeças - RS.
Na avaliação de Marco Antônio, "o Estado vem enfrentando clima extremo há muito tempo - por excesso de água ou por falta de água. Mas o PIB vai se manter relativamente bom porque excepcionalmente a colheita foi antes da enchente e muito expressiva. A pecuária perdeu muito, mas o agro colheu muito bem, mas temos problemas de escoamento".
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.