O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, anunciou nesta quinta-feira, 29, que vai decretar o fim do estado de exceção imposto no país há quatro semanas. Em um pronunciamento na televisão, Musharraf declarou que o estado de exceção terminará no dia 16 de dezembro. Veja também:Musharraf toma posse como presidente civil Mais cedo, Musharraf tomou posse do cargo de presidente pela segunda vez, desta vez como líder civil, já que, na quarta-feira, cedeu às pressões e abandonou a chefia das Forças Armadas. Segundo a BBC, o líder paquistanês também pediu que os partidos políticos participem integralmente das eleições parlamentares do dia 8 de janeiro. Segundo o presidente, o fim do estado de exceção é um passo em direção a uma democracia plena no Paquistão. "Deixemos que as eleições sejam conduzidas de uma forma justa e transparente. Mas eu preciso lembrá-los que, neste processo democrático, eu não permitirei qualquer tipo de obstrução." No dia 3 de outubro, Musharraf havia decretado estado de exceção no país alegando que a ação de extremistas estava colocando em perigo o país. A posse foi dada por um presidente da Suprema Corte escolhido pelo próprio Musharraf sob estado de emergência. Apesar das restrições constitucionais em vigor, Musharraf disse que o fim do exílio de seus principais adversários é bom para a reconciliação nacional. Na primeira referência pública dos últimos dias ao ex-premiê Nawaz Sharif, que no domingo voltou ao país após sete anos de exílio, Musharraf elogiou seu regresso, bem como o da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, que encerrou seu auto-exílio em outubro. Sharif e Bhutto cogitam boicotar a eleição geral de 8 de janeiro, por considerarem que não será um pleito livre e justo, devido ao estado de emergência. Analistas dizem, porém, que eles devem recuar e participar. Analistas prevêem a eleição de um Parlamento dividido, que pode até tentar destituí-lo. A oposição contesta o fato de ele ter sido reeleito no Parlamento, no começo de outubro, quando ainda era comandante militar. Os juízes nomeados para a Suprema Corte depois da decretação do estado de emergência rejeitaram os recursos contra a reeleição do presidente.