EUA: Polícia está ligada a esquadrões da morte no Brasil

Relatório de direitos humanos do Departamento de Estado lista diversas acusações.

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Por Bruno Accorsi
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O governo americano afirma que a polícia brasileira esteve, no ano passado, envolvida numa série de assassinatos praticados por esquadrões da morte. A conclusão consta do relatório anual compilado pelo Departamento de Estado americano sobre direitos humanos em diferentes países, divulgado nesta terça-feira. O documento afirma que ''diversos relatos indicam o contínuo envolvimento de policiais em assassinatos por vingança e na intimidação e morte de testemunhas que prestariam depoimentos contra oficiais de polícia''. O Departamento de Estado afirma também que muitos assassinatos cometidos por esquadrões da morte ligados à polícia ''almejaram suspeitos de crimes ou pessoas consideradas 'indesejáveis' por proprietários de terras''. Segundo o Departamento de Estado, a polícia brasileira tem entre suas práticas correntes diversos abusos de direitos humanos, como assassinatos, uso da força excessiva, espancamentos, abuso e tortura de prisioneiros. Tortura O texto acrescenta ainda que o número de milícias que contam com a participação de policiais teve um aumento no Rio de Janeiro e que ''punir policiais envolvidos com as milícias tem sido difícil devido à solidariedade e temores de represálias''. O documento afirma ainda ter registrado um alto número de policiais envolvidos em extorsões e seqüestros no Rio de Janeiro. O Departamento de Estado lembra que ''até o final do ano (de 2007) não havia relatos de policiais de São Paulo que tenham sido punidos pelos supostos assassinatos de pessoas ligadas às rebeliões de meados de 2006 instigadas pelo PCC, uma grande organização criminosa''. O texto comenta que as condições nas prisões do país ''oscilam entre o extremamente precário e um nível que representa ameaça de vida'' e que são corriqueiras práticas como ''o tratamento brutal de prisioneiros, inclusive com o uso de tortura''. O Departamento de Estado também destaca os problemas decorrentes da superlotação nas cadeias do país e da escassez em alguns Estados de cárceres destinados a mulheres e centros de detenções para jovens. O relatório lembrou o caso da adolescente de 15 anos que ficou detida por um mês em uma cela em Abaetetuba, no Pará, com 20 homens que a violentaram repetidas vezes. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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