A colombiana Clara Rojas, ex-assessora da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, libertada nesta quinta-feira de seis anos nas mãos do grupo rebelde Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), disse que quer recuperar seu filho Emmanuel imediatamente. "Queria trazer o Emmanuel já", disse em entrevista à rádio Caracol. Clara se disse surpreendida com a notícia de que o menino estava internado em um orfanato na capital colombiana, Bogotá, e não em poder do grupo guerrilheiro. "A primeira surpreendida fui eu. Me disseram que não me preocupasse com o menino. Escrevi ao (chefe máximo das FARC, Manuel) Marulanda (...) e ao Comitê da Cruz Vermelha para que o menino fosse entregue à minha mãe (...) eu estive sempre muito preocupada em saber onde estava o menino", disse Rojas. Emmanuel, nascido em cativeiro, é fruto de uma relação de Clara Rojas com um guerrilheiro. Ela confirmou que teve um parto difícil e que teve que ser submetida a uma cesariana no meio da selva colombiana. "No momento do parto foi difícil. Não dilatei. Me fizeram a cesariana e estive 40 dias em recuperação, sem me mexer, sem poder levantar da cama", contou Clara Rojas, ao afirmar que o bracinho de Emmanuel foi quebrado no momento do parto. Emmanuel está sob custódia do governo da Colômbia e está aos cuidados de uma "mãe substituta" do Instituto do Bem-Estar Familiar, em Bogotá. O menino teria sido levado para um orfanato depois que uma família de camponeses para quem as Farc haviam entregado a criança teve de levá-lo ao hospital. Os médicos disseram que o menino sofria de desnutrição e outras doenças e decidiram chamaram a assistência social do orfanato, que acabou levando Emmanuel. O governo colombiano afirmou que nos próximos dias a familia Rojas poderia receber a guarda provisória da criança, antes do fim do processo que deve ser tramitado na Justiça colombiana. Juntamente com Consuelo González de Perdomo, uma outra refém, Clara Rojas foi levada para a Venezuela, onde encontrou familiares. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.