Exames em Ariel Sharon mostram avanço no conhecimento sobre o coma

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Por KATE KELLAND
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Os modernos exames cerebrais que permitiram uma nova avaliação médica do estado de saúde do ex-premiê israelense Ariel Sharon, inconsciente há mais de seis anos, mostram como os avanços da neurociência estão obrigando os médicos a reverem seus conceitos sobre as situações de coma prolongado. Sharon está em coma desde que sofreu um derrame, em 2006, mas novos exames indicam que ele pode ter algum grau de consciência, o que incluiria escutar sons e ver figuras. "É encorajador encontrar esses sinais, porque isso abre a possibilidade de alguma comunicação significativa", disse Paul Matthews, professor de neurologia do Imperial College, de Londres. Até recentemente, segundo ele, supunha-se que muitos dos pacientes considerados em "estado vegetativo" não tinham consciência do seu entorno. Mas os progressos nos exames de ressonância magnética funcional por imagens --máquinas que detectam alterações no fluxo sanguíneo para mensurar a atividade cerebral-- começam a mudar essa visão. Em comparação a outros pacientes "vegetativos" que passaram por exames semelhantes e tiveram seus casos descritos em revistas científicas, as reações de Sharon foram muito sutis, disse Martin Monti, psicólogo cognitivo da Universidade da Califórnia em Los Angeles, que integrou a equipe americana-israelense que examinou o cérebro de Sharon. Mas, com a realização de mais exames e pesquisas para conceber uma forma que lhe permita sinalizar se está processando a informação externa, não é impossível que Sharon --como outros pacientes-- possa no futuro responder a perguntas sobre o seu estado mental ou sobre se sente dores. "Se esses sinais ficarem mais robustos, não há dúvida de que podemos usar coisas como interfaces cérebro-computador (para estabelecer a comunicação)", disse Monti à Reuters enquanto voltava de Israel para os EUA.

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