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Executivo envolvido em Lava Jato diz em delação que propina incluiu doação ao PT

O executivo da Toyo Setal Augusto Ribeiro de Mendonça Neto disse em delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato que parte da propina paga ao ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque foi feita por meio de doações oficiais ao PT, segundo documentos divulgados pela Justiça nesta quarta-feira. Em depoimentos à Polícia Federal e ao Ministério Público, Mendonça Neto afirmou que o pagamento de propina a Duque era feito de três maneiras: em espécie, em contas no exterior e em doações oficiais ao PT que, de acordo com ele, somaram cerca de 4 milhões de reais entre 2008 e 2011. Em nota, a Secretaria de Finanças do PT rejeitou as acusações. Também em delação premiada, Julio Gerin de Almeida Camargo, outro executivo da Toyo Setal, negou que doações oficiais a partidos e a políticos estivessem incluídas nas propinas pagas a diretores da Petrobras. No depoimento à PF e ao MP, Mendonça Neto afirmou que foi orientado por Duque a realizar doações ao PT. Ele então teria se reunido com o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, no diretório do PT em São Paulo em 2008 indagando como poderia doar dinheiro ao partido. O executivo disse não ter informado Vaccari que as doações seriam feitas a pedido de Duque. Na nota, a Secretaria de Finanças do PT afirmou que todas as doações feitas ao partido atendem as exigências legais. "No caso específico, o próprio depoente reconhece em seu depoimento que foi orientado pela Secretaria de Finanças do PT a efetuar as doações na conta bancária do partido. Os recibos foram declarados na prestação de contas apresentada ao TSE. Ou seja, todo o processo ocorreu dentro da legalidade", afirma a nota. Em outro depoimento, Camargo diz que as doações realizadas como pessoa física e jurídica foram "espontâneas" e não estavam inclusas nas propinas pagas a diretores da Petrobras.

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Por Redação
Atualização:

"CLUBE"

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Na delação, Mendonça Neto explica que um "clube" de empresas foi formado para montar um cartel nas obras contratadas pela Petrobras. De acordo com ele, este "clube" definia quais empresas participariam de quais licitações e qual das participantes sairia vencedora.

O executivo afirmou que a lista de companhias a serem convidadas era entregue a Duque e ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que também está em um processo de delação premiada no âmbito da Lava Jato.

Segundo o executivo da Toyo Setal, o "clube" de empresas tinha um regulamento parecido com o de um campeonato de futebol para evitar discussões entre empresas participantes deste "clube".

Mendonça Neto disse que a cópia com essas regras foi destruída quando foi deflagrada a Lava Jato, mas ele detalhou algumas delas em seu depoimento.

Além de Duque e Costa, também recebiam propina do "clube", segundo Mendonça Neto, o ex-deputado pelo PP José Janene, já falecido, e o doleiro Alberto Youssef, que também está em processo de delação premiada na Lava Jato. O PP, assim como o PMDB, foi apontado por Costa como um dos partidos que recebia recursos de propina na Petrobras.

Em nota divulgada nesta terça, a defesa de Duque, solto nesta quarta após um habeas corpus, nega que o ex-diretor tenha cometido qualquer irregularidade.

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(Reportagem de Eduardo Simões)

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