As Forças Armadas da Colômbia negaram as acusações de terem pagado US$ 20 milhões a guerrilheiros para liberar a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt e mais 14 reféns seqüestrados pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). "Como comandante geral das Forças Armadas e por minha honra militar, nego que o governo da Colômbia tenha gasto um só peso, um só centavo", disse Padilla de León à rádio local. De acordo com uma fonte anônima, citada pela Rádio Suíça Romanda, o Exército teria realizado uma "montagem cênica" no resgate dos 15 reféns e teria pagado aos carcereiros para libertá-los. Padilla de León reiterou que foi realizada uma operação de infiltração no secretariado da guerrilha. A seu ver, se o resgate tivesse sido pago, a situação das Farc seria ainda pior. "Isso teria sido ainda mais demolidor no interior das FARC, isso teria sido um incentivo para que outros se somassem à desmobilização que nós estamos privilegiando. Isso teria sido um troféu", afirmou o comandante. De acordo com o governo, desde 2002, mais de 9 mil guerrilheiros deixaram as armas sob o programa de desmobilização do governo, que entre outros benefícios, prevê recompensas milionárias aos guerrilheiros que informem a localização dos chefes do secretariado da guerrilha. Gerardo Antonio Aguilar, conhecido como "César" e Alexander Farfán, ou "Gafas", vigiavam o cativeiro dos reféns na selva colombiana e foram presos pelo Exército colombiano na ação militar de resgate de 15 reféns das Farc, que incluíam os americanos Keith Stansell, Marc Gonsalvez e Thomas Howes, seqüestrados pela guerrilha em 2003. César e Gafas poderão ser extraditados aos EUA para serem julgados pelo seqüestro dos cidadãos americanos e por tráfico de armas. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.