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Expedição refaz caminho trilhado por Dom Pedro I nas vésperas da Independência; veja percurso

De Belo Horizonte ao Ipiranga, comissão de portugueses e brasileiros vai passar por monumentos que se tornaram marcos da passagem do então imperador

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Foto do author José Maria Tomazela
Atualização:

Uma comissão de portugueses e brasileiros vai percorrer os caminhos trilhados por Dom Pedro I há dois séculos para proclamar a nossa independência de Portugal. A comitiva parte da histórica Ouro Preto, em Minas Gerais, nesta terça-feira, 29, e chega às margens do riacho do Ipiranga, na capital paulista, no dia 6 de setembro.

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No percurso, que inclui 24 cidades de Minas, Rio e São Paulo, o grupo visitará cenários, paisagens e monumentos que se tornaram marcos da passagem do então imperador. Os nove dias da maratona serão registrados em audiovisual para compor um registro histórico.

A expedição “200 Anos – Os Caminhos da Independência do Brasil”, é realizada pela Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil e comemora o bicentenário da Independência, ocorrido em 2022. A iniciativa faz parte do projeto Heróis Portugueses no Brasil, que já realizou duas incursões pela Amazônia, relembrando outras personalidades lusitanas que se destacaram na história do Brasil.

O projeto será completado agora com a jornada de Dom Pedro I até o lugar onde se deu o grito da independência, às margens do Ipiranga.

Nesta etapa, a terceira do projeto, a comitiva será liderada por Raul Penna e Fernando Meira Ribeiro Dias, dirigentes da Câmara Portuguesa de Minas Gerais. Além de Ouro Preto, o grupo visita a capital, Belo Horizonte, e outras cidades mineiras como São João Del Rei, Tiradentes e Barbacena, antes de seguir para o Rio. Em terras fluminenses, serão visitadas a capital, Rio de Janeiro, e Petrópolis, além das localidades históricas de Sebollas e Fazenda Imperial de Santa Cruz.

Expedição passará por Ouro Preto, em Minas Gerais, cidade que faz parte da Via Liberdade Foto: Gil Leonardi - 21/04/2022

No Estado de São Paulo, o roteiro começa em São José do Barreiro, com visita à Fazenda Pau d’Alho, que hospedou Pedro I, passa por Areias, Silveiras, Cachoeira Paulista e Lorena. Em seguida, a comitiva se desloca por Guaratinguetá, Aparecida, Pindamonhangaba, Taubaté, Jacareí e Mogi das Cruzes, até chegar a Santos, já no litoral.

Calçada do Lorena é feita de pedras e foi primeiro caminho pavimentado do Brasil  Foto: Taba Benedicto/Estadão - 20/07/2022

Em todas essas cidades paulistas existem referências e marcos da passagem do imperador. Seguindo de Santos para São Paulo, a expedição vai conhecer a Calçada do Lorena, caminho histórico aberto pelos indígenas na Serra do Mar e que foi percorrido por D. Pedro. O monumento está sendo restaurado. Na capital paulista, a comitiva visitará o Museu do Ipiranga.

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Ao longo da exposição será feito um registro histórico dos caminhos percorridos pelo monarca em audiovisual. As prefeituras das cidades do percurso foram acionadas e haverá ações locais de interação com a comunidade, palestras educativas e distribuição de livros didáticos.

Restos mortais de Dom Pedro I estão no Monumento à Independência, no Ipiranga, com exceção do coração, que ficou em Portugal Foto: TABA BENEDICTO/ESTADÃO

“Resgatar o que aconteceu entre Brasil e Portugal é dar a conhecer à juventude, às novas gerações, justamente a história dos dois países que, no fundo, é uma só”, disse o idealizador da expedição, Antônio Bacelar Carrelhas, presidente de honra das Câmaras de Comércio Portuguesas no Brasil.

Portugueses que tiveram papel relevante na história do Brasil

Segundo Carrelhas, o objetivo da expedição, além de reconhecer o território nacional, busca integrar os conhecimentos lusitano e brasileiro, destacando os portugueses que tiveram papel relevante na história do Brasil. “É importante essa integração na medida em que a maioria desses portugueses que se destacaram na história do país, à exceção de D.Pedro I, são ainda desconhecidos da historiografia”, disse.

É o caso do militar Pedro Teixeira, abordado na expedição anterior, que assegurou praticamente toda a Amazônia para o Brasil, lutando na expulsão de holandeses e ingleses estabelecidos no Pará para a região das Guianas. Em julho de 1637, Teixeira chefiou uma expedição partindo de Belém, com 45 canoas, 70 soldados e 1.200 flecheiros e remadores indígenas, subindo o rio Amazonas até o Peru e o Equador, estabelecendo os limites territoriais da colônia à época.

Na fase anterior, a expedição fez o resgate da história do português Pedro Teixeira, imortalizado em monumento, em Belém (PA). Foto: Fernando Lamy/Divulgação

Também militar, Martim Soares Moreno foi figura fundamental para impedir que os franceses e holandeses dominassem o Nordeste brasileiro. Em 1615, com um reforço de 900 homens, ele obteve a expulsão definitiva dos franceses de São Luís, no Maranhão.

Em 1630, combateu os holandeses em Pernambuco. No ano seguinte, fez parte da defesa da Paraíba e da Capitania do Rio Grande. Moreno é considerado o fundador do atual estado do Ceará.

Já D. Pedro I é conhecido pelos brasileiros por ter proclamado a independência do Brasil em 7 de setembro de 1822. Primeiro imperador do Brasil, ele governou o país no período de 1822 a 1831 e foi responsável por outorgar nossa primeira Constituição, em 1824.

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Nascido em Queluz (distrito de Lisboa), Pedro veio ao Brasil com a família real portuguesa em 1808, quando tinha nove anos. Em 1820, quando seu pai, Dom João VI, retornou a Portugal, ele foi nomeado príncipe regente e ficou no Brasil. Onze anos depois, Pedro I abdicou do trono de imperador e retornou a Portugal, deixando em seu lugar o filho mais novo, de 5 anos, Pedro de Alcântara, que subiria ao trono como Dom Pedro II.

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