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Família de amigos depõe a favor do casal Nardoni em São Paulo

Eles disseram que relação do casal era normal; promotor diz que relato foi tentativa de desviar foco principal

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Por Carolina Freitas
Atualização:

Cinco pessoas da mesma família e o namorado de uma delas depuseram nesta quarta-feira, 2, à Justiça a favor do consultor jurídico Alexandre Nardoni e da mulher dele, Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá - acusados de matar a menina Isabella Nardoni, de 5 anos. Amigos dos Nardonis há pelo menos sete anos, eles negaram cenas de ciúmes ou violência entre Alexandre, Anna e os filhos do casal e levantaram suspeitas sobre um pedreiro que trabalhou no Residencial London, onde aconteceu o crime. Para o promotor de Justiça do caso, Francisco Cembranelli, as testemunhas "não tinham muito a dizer" e a defesa usou a técnica de "atirar para todos os lados". A amizade entre as famílias começou pelo vínculo entre Nathalia Domingos Severino e Christiane Nardoni, irmã de Alexandre. Elas conhecem-se desde a infância e Nathalia estagia no escritório do pai da amiga, Antônio Nardoni. Depuseram seu irmão, Rafael Severino; mãe, Anete de Souza; tia, Esmeralda Severino; avô, Vasco Oliveira; e namorado, Rafael Santos. Todos descreveram o relacionamento da família de Alexandre como normal, sem brigas ou ciúmes. Eles relataram que um pedreiro que trabalhou na casa de Vasco e no Edifício London teria dito, no dia do crime, que passaria "no prédio dos Nardoni para deixar algumas chaves". Na semana seguinte, o pedreiro não voltou para completar a obra na casa de Vasco. No entanto, afirmaram que nunca tiveram dificuldades com ele, que era prestativo, segundo eles. Para Cembranelli, essa foi mais uma tentativa dos advogados do casal para "desviar o foco do que interessa". "O porteiro do prédio e a mãe de Isabella, Ana Oliveira, também passaram por esse constrangimento", disse o promotor. Esmeralda, aliás, apontou para o porteiro com desconfiança. Disse que, depois que Isabella foi levada ao hospital, ela perguntou a ele o que havia visto na hora da queda. Ele teria respondido: "Dei uma saidinha e quando voltei Alexandre já estava aqui em baixo." A cena também foi citada no depoimento de um tio de Alexandre, Márcio Alves de Moura. A dona de uma loja de móveis que montou o apartamento de Alexandre e Anna, Márcia Regina Ferreira, apontou supostas falhas de segurança no London. Ela disse que entrou pelo menos dez vezes no edifício por uma porta lateral, para funcionários, que ficava destrancada. Disse que os porteiros nunca lhe pediram identificação. Relatou ainda que Anna lhe falou sobre a perda das chaves de casa em fevereiro.                                                                 Decoração Segundo Márcia, o casal deu uma grande atenção à decoração do quarto de Isabella e parecia ter muito carinho pela criança. Há nove anos, Márcia vendeu móveis para o pai de Alexandre, Antônio. Ela disse ter ligado para Antônio e se oferecido para depor ao saber da morte da menina. Hoje, foram ouvidas 14 pessoas. Duas foram dispensadas pelos advogados de defesa, com o aval do juiz Maurício Fossen. Outras 13 pessoas serão ouvidas amanhã, a partir das 13 horas, no Fórum de Santana, zona norte de São Paulo. Entre elas estão Antônio e Christiane Nardoni. Outras duas testemunhas de defesa, o médico alagoano George Sanguinetti e a ex-perita Delma Gama, serão ouvidos por carta precatória em seus Estados, em data ainda não definida pela Justiça.

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