A família do apresentador da BBC no centro de um escândalo de abuso sexual que abalou a emissora ofereceu neste sábado a sua "mais profunda solidariedade" às vítimas do falecido Jimmy Savile, dizendo que sentiam "desespero e tristeza". O comunicado veio após a Igreja Católica da Inglaterra afirmar que havia escrito ao Vaticano para perguntar se seria possível retirar o título de "cavaleiro papal" de Savile, devido a alegações de que o apresentador teria abusado sexualmente de meninas. A polícia afirmou que no início desta semana cerca de 300 vítimas se apresentaram, e que eles estariam prontos para efetuar prisões no escândalo. O sobrinho de Savile, Roger Foster, afirmou em comunicado que sua família nada sabia sobre o "lado sombrio" de Jimmy, e que ela luta para reconciliar a imagem do homem que amava com as alegações que, cada vez mais, se tornam mais avassaladoras. "Como é possível que a pessoa que nós achávamos que conhecíamos e amávamos poderia fazer uma coisa dessas?", dizia o comunicado. "Nós reconhecemos que mesmo nosso desespero e tristeza em nada se compara ao que as vítimas sentiram." Savile, um ex-DJ e amante de charutos que era um dos mais prestigiados apresentadores da BBC, morreu no ano passado aos 84 anos. O escândalo destruiu a reputação de um homem que havia sido amplamente admirado e homenageado por seu trabalho de caridade, e que no passado havia levantado sérias questões sobre a administração da BBC e sobre a cultura de trabalho da emissora. A polícia disse que Savile foi "sem dúvida" um dos mais prolíficos criminosos sexuais da Grã-Bretanha, enquanto que o corpo de gestão da BBC chamou as alegações de "tsunami de imundície". "Nossos pensamentos e preces estão com aqueles que sofreram qualquer tipo de abuso por tanto anos, e nós oferecemos nossa mais sincera solidariedade no que deve ter sido um momento terrível para todos eles", afirmou o comunicado da família ao jornal Yorkshire Evening Post.