Em um comunicado transmitido pela mídia espanhola neste sábado, a filha do ex-vereador do Partido Socialista assassinado pelo grupo ETA, Isaías Carrasco, pediu à população espanhola que compareça às urnas no pleito deste domingo como resposta ao atentado. "Quem quiser solidarizar com a nossa dor, que vá votar no domingo. Para dizer aos terroristas que não vamos dar nenhum passo para trás", disse Sandra rodeada pelos amigos e pela família durante uma manifestação contra o atentado que causou a morte de seu pai. A manifestação, em frente à Prefeitura de Assasate-Mondragón, no País Basco, contou com a presença de centenas de pessoas e autoridades espanholas. A vice-presidente do país, Maria Tereza Fernández de la Veja, afirmou que o ETA "pode causar danos, mas jamais iremos nos curvar". Depois do assassinato, o primeiro-ministro da Espanha, José Luís Rodríguez Zapatero, acusou o grupo separatista basco ETA de tentar interferir nas eleições gerais do domingo. Zapatero disse que "terroristas queriam interferir na manifestação pacífica da vontade do povo" ao assassinar Carrasco, que foi morto com três tiros ao deixar sua casa na cidade Mondragon, no País Basco. Até agora, no entanto, nenhum grupo reivindicou a autoria do assassinato.A morte de Carrasco marcou o último dia de campanha eleitoral antes do pleito no domingo. ETA O ETA, sigla para Euskadi Ta Azkatasuna, que significa Pátria Basca e Liberdade em basco, luta há mais de três décadas pela independência do País Basco.O grupo surgiu nos anos 60, como um movimento estudantil de resistência à ditadura militar do general Francisco Franco. Calcula-se que a campanha separatista do ETA já tenha causado mais de 800 mortes, principalmente de membros da Guarda Civil espanhola e de políticos contrários às reivindicações do grupo. Em 2004, o ETA foi responsabilizado inicialmente pelos atentados à bomba que mataram 191 pessoas em Madri. Pouco depois, descobriu-se que o grupo não tinha relação com os ataques, realizados na verdade por extremistas islâmicos. O modo como o governo do então primeiro-ministro José Maria Aznar, do Partido Popular, reagiu aos atentados acabou provocando indignação na população, o que deu a vitória a Zapatero nas eleições daquele ano, realizadas três dias depois dos ataques BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.