Uma ofensiva de milhares de soldados iraquianos contra milícias xiitas transformou a cidade de Basra, no sul do Iraque, em palco de combates pesados durante a madrugada desta terça-feira. Pelo menos nove pessoas morreram na operação, que está sendo supervisionada pessoalmente pelo primeiro-ministro iraquiano, Nouri Maliki, que prometeu "impor a lei" na região. Militares iraquianos afirmam que a operação em Basra visa retirar da cidade o que eles chamam de "foras da lei". Autoridades militares e do governo iraquiano informaram que as estradas que dão acesso a Basra foram fechadas e que o Exército ordenou os milicianos a deixarem as casas em que se encontram e a entregar suas armas. Testemunhas afirmaram que ouviram explosões e tiros e que viram colunas de fumaça sobre a cidade. Segundo analistas, vários grupos armados, entre eles o temido Exército Mehdi, que obedece ao clérigo Moqtada Al Sadr Basra, disputam o controle sobre Basra, a principal cidade em uma região rica em petróleo. Toque de recolher A ofensiva em Basra ocorreu um dia depois de as autoridades iraquianas determinarem o toque de recolher na cidade. O porta-voz militar britânico, major Tom Holloway, disse à BBC que aeronaves da coalizão estão patrulhando os céus de Basra, dando apoio às forças iraquianas. O porta-voz acrescentou que os militares britânicos, que devolveram o controle de Basra às forças iraquianas em dezembro de 2007 e atualmente estão concentrados no aeroporto, não têm soldados envolvidos na operação desta terça-feira. A operação está sendo comandada pela forças iraquianas. O premiê Nouri Maliki estaria supervisionando as operações a partir de uma base militar em um local não revelado. O general de divisão iraquiano Ali Ghaidan afirmou que a operação em Basra "foi um grande sucesso, mas ainda não há informações sobre mortos ou feridos e nem sobre o número de prisões". Segundo o correspondente da BBC em Bagdá Adam Brookes, três brigadas do Exército iraquiano foram enviadas da capital para Basra, para dar apoio à operação desta terça-feira. E acrescentou que até 15 mil soldados podem estar envolvidos na ofensiva. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.