Depois de um início de ano atípico, com menos de 20% das chuvas previstas para o período, Salvador registrou, na madrugada desta sexta-feira, 29, um temporal que, sozinho, ultrapassou a previsão de chuvas para todo o mês. A precipitação sobre a capital baiana foi de 130,8 milímetros, 7,8% a mais do que a média histórica de fevereiro, de 122,7 milímetros, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O resultado do temporal foi uma grande confusão na capital baiana, que atravessou o dia contando os prejuízos. Nas principais avenidas da cidade, houve alagamentos até a manhã. Carros foram abandonados pelas ruas e arrastados pela correnteza. Ao todo, a Defesa Civil registrou 153 solicitações de atendimento de emergência. Foram 56 os casos de deslizamentos de terra. Cerca de 400 moradores do Subúrbio Ferroviário - a área mais castigada pelas chuvas - estão desabrigados. Ao longo do dia, habitantes de morros e outras áreas de risco da cidade promoveram protestos contra a administração municipal. Na tarde desta sexta-feira, o prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro, sobrevoou a cidade para identificar os principais pontos de prejuízos no município. Em parceria com o governo do Estado, a prefeitura disponibilizou 400 metros de lona preta, 300 cestas básicas e colchonetes para os desabrigados. Segundo a meteorologia, o choque entre uma frente fria e uma massa de ar quente causou o temporal. As chuvas devem continuar até domingo na capital baiana, mas sem a intensidade da precipitação que ocorreu nesta sexta.
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