Fúria contra EUA se espalha pelo Oriente Médio por filme

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Por Redação

A fúria sobre um filme que insulta o profeta Maomé se espalhou pelo Oriente Médio nesta sexta-feira, com manifestantes atacando embaixadas dos EUA e queimando bandeiras norte-americanas, enquanto a segurança foi reforçada. A produção feita na Califórnia tinha provocado um ataque contra o consulado dos EUA em Benghazi, na Líbia, que matou o embaixador e outros três norte-americanos na terça-feira, aniversário dos ataques de 11 de setembro de 2001 da Al Qaeda contra os Estados Unidos. Em Túnis, ao menos cinco pessoas ficaram feridas por tiros da polícia perto da embaixada dos EUA, e um repórter da Reuters disse que um grande incêndio foi iniciado dentro do prédio. Manifestantes haviam, mais cedo, pulado o muro da embaixada. Testemunhas disseram que a polícia sudanesa disparou gás lacrimogêneo contra milhares de manifestantes para impedi-los de se aproximar da embaixada dos EUA nos arredores de Cartum, mas alguns pularam o muro. Um repórter da Reuters ouviu tiros no local. A onda de indignação e fúria contra o filme, que é visto como humilhação ao profeta Maomé, coincidiu com a chegada do papa Bento 16 ao Líbano para uma visita de três dias. Os protestos apresentam ao presidente dos EUA, Barack Obama, uma nova crise de política externa menos de dois meses antes de buscar a reeleição e testa as relações de Washington com os governos democráticos que ajudou a chegar ao poder em todo o mundo árabe. Também foi revelado que a Líbia fechou o espaço aéreo do aeroporto de Bengazhi temporariamente devido a disparos por islâmicos contra aviões de reconhecimento norte-americanos não-tripulados que sobrevoavam a cidade, após Obama ter prometido levar os responsáveis pela morte do embaixador à justiça. Protestos contra o filme também ocorreram no Oriente Médio, África e Ásia. OUTROS PROTESTOS A polícia da capital sudanesa usou gás lacrimogêneo para tentar dispersar os 5.000 manifestantes que tinham rodeado a embaixada alemã e a embaixada britânica próxima dali. Uma testemunha da Reuters disse que a polícia ficou de prontidão enquanto uma multidão forçava seu caminho até a embaixada alemã. Os manifestantes hastearam uma bandeira islâmica com os dizeres "Não há outro Deus senão Alá, e Maomé é o seu profeta". Eles quebraram janelas, móveis e câmeras no prédio e, em seguida, começaram um incêndio. Os funcionários da embaixada da Alemanha estavam seguros "no momento", disse o ministro das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, em Berlim. Ele também disse ao enviado de Cartum a Berlim que o Sudão deve proteger as missões diplomáticas em seu solo. O Ministério de Relações Exteriore do Sudão criticou a Alemanha por ter permitido um protesto no mês passado de ativistas de direita que exibiam caricaturas do profeta Maomé e pela chanceler, Angela Merkel, ter concedido um prêmio em 2010 a um cartunista dinamarquês que retratou o profeta em 2005, o que deu início a uma série de manifestações no mundo islâmico. Manifestantes entraram em confronto com a polícia perto da embaixada dos EUA no Cairo antes de uma manifestação nacional convocada pela Irmandade Muçulmana, que levou o presidente islâmico do Egito, Mohamed Mursi, ao poder. BANDEIRAS DOS EUA INCENDIADAS Uma fonte de segurança libanesa disse que um homem foi morto em Trípoli quando os manifestantes tentavam invadir um prédio do governo. Mais cedo, um restaurante de fast food norte-americano foi incendiado. Doze membros das forças de segurança foram feridos por pedras jogadas pelos manifestantes, disse a fonte. Os manifestantes também entraram em confronto com a polícia no Iêmen, onde uma pessoa morreu e 15 ficaram feridas na quinta-feira, quando a embaixada dos EUA foi atacada. Na Nigéria, o governo colocou a polícia em alerta e reforçou a segurança em torno das embaixadas estrangeiras. Manifestantes no Afeganistão incendiaram uma efígie de Obama e queimaram uma bandeira dos EUA após as orações desta sexta-feira na província oriental de Nangarhar. Dirigindo sua raiva ao pastor norte-americano que apoiou o filme, os líderes tribais na província também concordaram em colocar uma recompensa de 100.000 dólares pela cabeça dele. Cerca de 10.000 pessoas realizaram um protesto barulhento na capital de Bangladesh. Eles queimaram bandeiras dos Estados Unidos, gritaram slogans anti-EUA e exigiram punição para os infratores, mas foram impedidos de marchar para a embaixada dos EUA. Não houve violência. (Reportagem adicional de Mohammed Ghobari, em Sanaa; Samia Nakhoul, em Beirute; Ulf Laessing e Khalid Abdelaziz, em Cartum; Gareth Jones, em Berlim; Suleiman Al-Khalidi, em Benghazi; Marie-Louise Gumuchian, na Líbia; Sami Aboudi, em Dubai; Raissa Kasolowsky, em Abu Dhabi; Aref Mohammed, em Basra; Siva Sithraputhran, em Kuala Lumpur; Anis Ahmed, em Bangladesh; Regan Doherty, em Doha; Roberto Landucci, na Itália; e Mirwais Harooni, em Cabul Kabul)

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