O Grupo dos Cinco -- formado por Brasil, China, Índia, México e África do Sul -- afirmou na quarta-feira que os países desenvolvidos têm de tomar a dianteira na remoção de barreiras comerciais e nas ações contra as mudanças climáticas. O G5 formulou sua posição antes de conversações com as nações ricas do Grupo dos Oito, na Itália, e alertou que eles estão sofrendo mais os efeitos da crise econômica global causada pelos países mais prósperos. "Estamos preocupados com o atual estado da economia mundial, que submete os países em desenvolvimento a dificuldades extremas resultantes de uma crise que eles não começaram", disseram as nações do G5. A reunião do G5 ocorreu em meio a esperanças de um possível acordo sobre comércio. Um comunicado preliminar indicou que o G8 e o G5 iriam realizar na quinta-feira uma reunião na cidade de L'Aquila para concluir a estancada Rodada Doha de negociações sobre o comércio em 2010. Em seu comunicado, o G5 afirmou estar propenso a lidar com "quaisquer problemas consideráveis" relativos às conversações sobre comércio e acrescentou que uma conclusão bem-sucedida de Doha iria "propiciar um grande estímulo à restauração da confiança nos mercados mundiais". Mas o texto também pediu que as nações ricas derrubem barreiras comerciais, que eles consideram que são entraves à economia mundial, e também restaurem o crédito aos países mais pobres. "Vamos enfatizar amanhã (quinta-feira) a importância de manter um fluxo financeiro adequado para os países em desenvolvimento e também de manter os mercados abertos, resistindo às pressões protecionistas", disse o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh. O G8 concordou na quarta-feira em limitar a 2 graus centígrados o aquecimento global e reduzir suas emissões de gases do efeito estufa em 80 por cento, mas não conseguiu convencer a China e a Índia a se comprometerem com uma meta de redução global das emissões pela metade. Falando a repórteres, líderes das nações do G5 disseram que as nações mais ricas têm maior responsabilidade em combater as mudanças climáticas. Faltando apenas cinco meses para que seja definido um novo pacto climático das Nações Unidas, em uma conferência em Copenhague, o G5 pediu que os países desenvolvidos reduzam até 2020 suas emissões sólidas em pelo menos 40 por cento em relação aos níveis de 1990. (Reportagem adicional de Krittivas Mukherjee)
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