A TV Globo foi condenada a exibir na íntegra o depoimento de 90 minutos da doméstica Nely Passos, de 70 anos. Em 2006, a emissora mostrou na novela Páginas da Vida uma gravação em que Nely dizia que se masturbava. Nely alegou que assistia a novela com familiares e amigos e ficou constrangida quando seu relato foi ao ar. A decisão foi da juíza Adriana Costa dos Santos, da 19.ª Vara Cível do Rio. A Globo recorreu. Nely disse que foi procurada por um produtor da novela que pediu para gravar um depoimento seu, com relatos de sua vida. Se a fita fosse ao ar, a doméstica receberia R$ 300. Ela aceitou e durante uma hora e meia respondeu a várias perguntas, inclusive sobre sua vida sexual. O depoimento foi mixado e acabou virando música, veiculada em sites como You Tube e Orkut. Ela era babá havia oito anos de uma criança e foi demitida. A TV Globo alegou que a doméstica autorizou a exibição de suas imagens e disse que não tem mais a gravação original, apenas o trecho editado. No entanto, ajuíza considerou procedente o pedido de Nely para que a fita seja exibida na íntegra. Caso não cumpra a decisão em 20 dias, a Globo será multada em R$ 100 diários, até o limite de R$ 50 mil. Como os advogados da emissora recorreram, a execução da sentença está suspensa até que a juíza decida sobre o recurso. A defesa de Nely havia arrolado como réus, além da Globo, o autor da novela, Manoel Carlos de Almeida, o diretor Jayme Monjardim e o produtor Gustavo Nogueira, que a entrevistou. A juíza os inocentou, considerando-os representantes da emissora, que não poderiam ser condenados pela exibição do material que não possuem.
