Governador do Novo México apóia Obama e enfraquece Hillary

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Por MATTHEW BIGG
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O senador Barack Obama conquistou na sexta-feira o apoio de seu companheiro democrata e governador do Novo México, Bill Richardson. No mesmo dia, o Departamento de Estado dos EUA pediu desculpas por ter vasculhado os arquivos referentes ao passaporte de Obama e dos seus maiores rivais na corrida pela Casa Branca. A decisão do governador hispânico do Novo México significa uma vitória para Obama e pode aumentar as chances do democrata de conquistar os votos de latinos, que vêm apoiando, em sua maioria, a adversária dele pela vaga do Partido Democrata nas eleições presidenciais, Hillary Clinton. Obama e Hillary disputam palmo a palmo a oportunidade de enfrentar o candidato do Partido Republicano, John McCain, senador pelo Arizona, no pleito de 4 de novembro, do qual sairá o sucessor do atual presidente norte-americano, George W. Bush. Richardson, que foi embaixador dos EUA junto à Organização das Nações Unidas (ONU) e secretário de Energia durante o governo do presidente Bill Clinton, optou por Obama em detrimento da mulher de seu ex-chefe, afirmando ter chegado a hora de uma nova geração assumir o comando do país. "A sua candidatura representa uma oportunidade única para a nossa nação e você é um líder único", disse Richardson, ao lado de Obama, no Oregon. "Você fará com que todos os norte-americanos tenham orgulho de serem norte-americanos e eu estou orgulhoso hoje de dar apoio à sua candidatura à Presidência." Hillary e Obama tentavam obter o aval de Richardson com tanto afinco em parte porque o político hispânico conseguiria angariar apoio entre a comunidade latina do país, o segmento do eleitorado norte-americano que mais cresce e que representa um bloco de votos potencialmente vital. Os hispânicos, de um modo geral, apoiaram Hillary na batalha pela vaga democrata durante a "superterça", quando pesquisas indicaram que a ex-primeira-dama obteve dois terços dos votos latinos em vários Estados. De toda forma, não se sabe ao certo se o apoio de Richardson mudaria esse cenário. O principal estrategista da campanha de Hillary, Mark Penn, em uma entrevista, menosprezou o impacto potencial da decisão de Richardson, tomada em um estágio avançado da disputa. "Eu acho que, talvez, o momento no qual ele poderia ter feito uma diferença maior passou há muito tempo", disse. Apesar de ressaltar que seus "imensos carinho e admiração pela senadora Clinton e pelo presidente Clinton nunca diminuirão", Richardson, 60, afirmou: "Chegou a hora de uma nova geração de líderes comandar os EUA nos tempos vindouros." Richardson, um negociador e diplomata habilidoso, e hoje um governador popular, foi mencionado como eventual candidato a vice-presidente ou como secretário de Estado em um governo democrata. O político ocupa ainda o cargo de superdelegado do partido, o que lhe dá direito a votar no processo de escolha do candidato democrata caso nem Obama e nem Hillary obtenham nas prévias um número suficiente de delegados para conquistar a indicação partidária.

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