O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, anunciou seu desligamento do DEM, depois de fracassada sua tentativa de suspender na Justiça Eleitoral a reunião de hoje da Executiva do partido que decidiria sobre sua expulsão. Sem partido, Arruda não poderá se candidatar a cargo público em 2010. Acusado pelo Ministério Público de comandar o "mensalão do DEM", suposto esquema de pagamento de mesadas a políticos aliados e de captação de propina com empresas fornecedoras do governo local, Arruda afirmou ontem que não disputará mais nenhuma eleição, enquanto não houver "mudança definitiva de certos usos e costumes da política brasileira". Por meio de sua assessoria, o governador avisou que não responderia a perguntas dos jornalistas e se limitaria a ler o comunicado sobre sua desfiliação. Ele falou na Granja de Águas Claras, sede do governo. Estavam a seu lado, além de sua mulher Flávia, o vice-governador Paulo Octávio, o secretário de Transportes, Alberto Fraga, e outros integrantes da sua equipe. Arruda disse que foi vítima de uma "farsa" montada por seus adversários para tirá-lo da disputa de 2010. Ele afirma que "violentos cortes de despesas pública" e medidas adotadas na sua administração "contrariaram interesses pessoais, políticos e empresariais" que hoje se voltam contra ele. "Com esse gesto (desfiliação), evito o constrangimento dos meus amigos e companheiros do partido, de ter que decidir entre saciar a sede por atos radicais e midiáticos ou julgar com amplo direito de defesa e cumprimento dos prazos estatutários."