Governo adia reunião e China vê ''descaso''

Dez ministros chineses viriam ao Brasil

PUBLICIDADE

Foto do author Raquel Landim
Por Raquel Landim, Claúdia Trevisan, SÃO PAULO e PEQUIM

A reunião de cúpula entre Brasil e China, que ocorreria na próxima semana, foi cancelada. A informação oficial é que a decisão foi tomada em consenso, por causa de desentendimentos em relação à agenda. Mas a situação causou mal-estar na China. O governo chinês avaliou a atitude do Brasil como "descaso". Os empresários também ficaram frustrados porque acreditavam que seria uma boa oportunidade para resolver pendências comerciais.O encontro da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), dirigida pelo vice-presidente, José Alencar, e o vice-ministro da China, Wang Qisban, estava marcado para 4 de novembro. Seria a maior visita de uma delegação chinesa ao Brasil, com 10 ministros de Estado e 62 empresários. Na lista, constavam presidentes e vice-presidentes de empresas como Sinopec, Minmetals, Huawei e ZTE.Segundo uma fonte do governo chinês, a reunião foi cancelada na sexta-feira à noite porque não havia confirmação dos encontros com as autoridades brasileiras. "Do lado chinês, estava tudo pronto", disse a fonte. A China também demorou para definir uma data e só bateu o martelo há um mês.A agenda foi complicada pela viagem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Londres no dia 4. "É um encontro difícil de realizar porque envolve várias autoridades", disse o embaixador do Brasil em Pequim, Clodoaldo Hugueney. O setor privado esperava que a reunião levasse a avanços sobre a abertura do mercado chinês para as carnes bovina e suína do Brasil. Outro tema relevante seria a liberação das licenças para a importação de aviões da Embraer."O setor privado acha que a relação empresarial não recebe, dos dois lados, a prioridade necessária", disse o presidente do Conselho Empresarial Brasil- China, Sérgio Amaral. A Cosban foi criada em 2004, depois que Lula visitou a China e o presidente Hu Jintao veio ao País. Em tese, a comissão deveria se reunir a cada dois anos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para cadastrados.